O São Paulo conseguiu a classificação heroica para as oitavas de final da Copa da Libertadores ao empatar em 1 a 1 com o The Strongest, da Bolívia, nesta quinta-feira, na altitude de 3.600 m de La Paz. No mata-mata, o tricolor enfrentará o Toluca, do México, que terminou em primeiro lugar do grupo 6, na frente do Grêmio. O primeiro jogo será no Morumbi e o confronto será decidido em terras mexicanas.
Nesta quinta-feira, Cristaldo abriu o placar para os bolivianos aos 28 minutos de jogo, numa falha clamorosa do goleiro Denis, mas Calleri garantiu a vaga ao empatar de cabeça, aos 43. O argentino disparou na artilharia da competição, com oito gols marcados, mas foi expulso depois do apito final, por se envolver numa confusão generalizada, e não poderá disputar as oitavas.
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O São Paulo terminou em segundo lugar do grupo 1, com nove pontos, dois a menos que o atual campeão River Plate, que garantiu a liderança ao vencer por 4 a 3 o lanterninha Trujillanos, da Venezuela. O The Strongest ficou em terceiro, com oito, e os venezuelanos encerraram a campanha com quatro.
A classificação épica veio como redenção depois do vexame da goleada de 4 a 1 para o Audax, que eliminou o time do Campeonato Paulista. Os comandados de Edgardo Bauza sofreram muito com a altitude, precisando até usar máscaras de oxigênio na beira do gramado, mas fizeram valer o peso da camisa e foram buscar a classificação com muita garra, apesar de passar sufoco até o fim.
O treinador argentino surpreendeu na escalação, ao deixar Paulo Henrique Ganso no banco para armar um meio de campo com três volantes, Hudson, Wesley e Thiago Mendes. O jogo começou quente na Bolívia, com Rodrigo Caio sangrando no rosto logo no primeiro minuto, depois de trombar com Chumacero.
Jogando pelo empate, o São Paulo preferiu não adiantar a marcação para não correr demais e sofrer os efeitos da altitude, e se contentou em ficar fechadinho atrás, esperando o adversário. O The Strongest fez todo o contrário, pressionando a saída de bola do tricolor, que mal conseguia acertar três passes seguidos. O São Paulo pouco chegava perto da área boliviana, mas quando chegou, chegou com perigo.
Aos 10, Kelvin arrancou com estilo pelo meio, entortou dois marcadores e rolou para Wesley, que soltou a bomba, raspando o travessão. O time paulista sabia que o tempo jogava a seu favor, e o goleiro Denis levou cartão amarelo logo aos 25, por fazer cera num tiro de meta. Denis acabou sendo castigado quatro minutos depois, com uma falha infantil que deixou os bolivianos à frente no marcador. Em cobrança de falta de Pablo Escobar, a bola resvalou no corpo o goleiro são-paulino e sobrou limpa para Cristaldo cabecear para as redes, praticamente em cima da linha.
O gol mudou o panorama da partida, obrigando o São Paulo a adiantar a marcação e dando mais espaço aos bolivianos, que continuavam pressionando para tentar matar o jogo. Foi justamente no momento em que o tricolor parecia estar no fundo do poço que Calleri achou o gol de empate, aos 43. Em cobrança de escanteio, o argentino subiu mais alto que Cristaldo e testou com força, deixando tudo igual e devolvendo a vaga ao São Paulo.
Kelvin quase virou o marcador nos acréscimos, depois de sair driblando na área do The Strongest, mas não caprichou na pontaria.
Sufoco e confusão
O time boliviano voltou do intervalo determinado para buscar o gol da classificação e quase conseguiu aos 7 do segundo tempo, quando Matías Alonso recebeu livre na área, mas chutou fraco, em cima de Denis. Apesar de toda a cautela mostrada no primeiro tempo para poupar energia, não teve jeito. A altitude gerou o desgaste físico esperado e o time precisava de um novo fôlego.
Por isso, Bauza enfim resolveu colocar Ganso em campo, aos 21, o lugar de Michel Bastos. O camisa 10 ajudou o São Paulo a colocar a bola no chão, valorizando a posse de bola diante da pressão boliviana. Aos 34, Torres recebeu lançamento pelo alto, nas costas da zaga tricolor, ficou sozinho na pequena área, mas cabeceou por cima do gol.
Como era de se esperar, Denis levou mais um cartão por fazer cera, nos acréscimos, e acabou deixando o time com um a menos. Com a expulsão do goleiro, quem ficou dentro do gol foi um jogador de linha, o zagueiro Maicon, aumentando o drama do torcedor são-paulino, que precisou esperar longos minutos até respirar aliviado.
O fim de partida foi manchado com uma briga entre jogadores de ambos os times, que acabou resultado na expulsão de Calleri, que será um desfalque de peso no mata-mata.
*AFP