Foi a penúltima visita de Gilvan Ribeiro à terra que o acolheu antes da disputa de uma vaga olímpica. O canoísta nascido em Cruz Alta, mas radicado em Santa Maria, aproveitou uma semana de folga na região para recarregar as energias, às margens da barragem do DNOS, no bairro Campestre do Menino Deus.
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Ao lado do irmão Givago, da mãe Cristina e dos diversos alunos da Associação Santa-Mariense de Esportes Náuticos (Asena), o atleta de 26 anos falou sobre as perspectivas de conquistar a tão sonhada vaga nos Jogos do Rio 2016.
- Tenho condições reais de conseguir a vaga. Não somos os favoritos (Time Brasil), mas percebemos um crescimento enorme na equipe. Vamos lá para brigar pelo ouro - acredita Gilvan.
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O "lá" que Gilvan se refere é o Pré-Olímpico de Atlanta, nos Estados Unidos, em 21 e 22 de maio. Será em águas norte-americanas que o filho da dona Cristina dará as suas últimas remadas em busca de um dos principais objetivos de qualquer atleta profissional.
Mas, para chegar ao lugar mais alto do pódio na cidade mais importante do Estado da Geórgia, a seleção brasileira de canoagem precisará desbancar os favoritos da Argentina, do Canadá e de Cuba.
Há 11 anos defendendo o Brasil, Gilvan vive o seu melhor momento profissional. Na última edição do Campeonato Brasileiro de Canoagem Velocidade, disputado no Parque Náutico do Iguaçu, em Curitiba (PR), em agosto de 2015, Gilvan conquistou duas medalhas de ouro em provas individuais: K1 500 metros e K1 200 metros.
Um mês antes, em julho, remando no K4 1.000 metros, ficou com a medalha de prata nos Jogos Pan-Americanos de Toronto. Resultados que o colocam como um dos principais remadores brasileiros da atualidade.
Ao lado de Edson Silva, o Edinho, canoísta de Guaíba, Gilvan é uma das grandes apostas nacionais no K2. A nova dupla vem treinando forte em Curitiba há oito meses.
Desafio de manter o foco
Longe da filha Clara, de oito meses, que mora em Santa Maria, Gilvan Ribeiro precisa lidar com um de seus maiores desafios fora das águas. E para manter o foco na canoagem, ele conta, inclusive, com a ajuda da psicóloga da seleção brasileira.
- Minha maior dificuldade foi permanecer em Curitiba (sede oficial da Confederação Brasileira da modalidade) treinando depois do nascimento da Clara - relata Gilvan, que volta ao Paraná neste domingo.
DATAS E CHANCES OLÍMPICAS
2 de abril - Seletiva interna, em Curitiba, para definir quem irá competir nas provas individuais no Pré-Olímpico de Atlanta
21 e 22 de maio - Pré-Olímpico em Atlanta, nos Estados Unidos. É a última chance de Gilvan conquistar uma vaga nos Jogos do Rio 2016. Somente o primeiro lugar, em qualquer uma das provas disputadas, garante a vaga
- Caso nenhum brasileiro conquiste o ouro no Pré-Olímpico de Atlanta, a Confederação Brasileira de Canoagem (CBCa) poderá indicar um atleta da seleção de canoagem velocidade para representar o país