Porto Alegre perdeu, nesta quinta-feira, um dos grandes narradores de turfe do Brasil. Luiz Carlos Vergara Marques morreu aos 86 anos, em decorrência de falência de múltiplos órgãos. Conhecido como o mais laureado locutor do esporte do Estado, ele estava internado no Hospital Mãe de Deus havia cinco meses. Segundo informações da família, Marques havia sofrido acidente vascular cerebral (AVC) três anos atrás.
O sepultamento ocorreu na tarde desta quinta-feira, no Cemitério São Miguel e Almas, em Porto Alegre.
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O turfe era a grande paixão de Vergara Marques. Jornalista e radialista, começou a carreira ao lado de Mendes Ribeiro, na Rádio Gaúcha. Foi locutor comercial e, posteriormente, de futebol. Bastou a oportunidade de narrar uma corrida de turfe para se apaixonar pelo "Esporte dos Reis" – como ele costumava dizer.
Na década de 1970, Marques migrara para a Rádio Itaí, onde esteve à frende do programa que o consagrou como uma referência na área. Turfe e Boa Música, como o próprio nome já dizia, oferecia aos ouvintes mais do que apenas notícias sobre corridas de cavalo. Cultura não podia faltar na programação. Ao todo, foram 35 anos dedicados ao turfe.
Marques também fundou a Rádio da Universidade, da UFRGS, em 1957. Por 20 anos, chefiou a equipe de locutores – passaram por lá nomes como Lauro Hagemann, Renato Rossi e Celestino Valenzuela. O jornalista foi ainda administrador do Planetário, onde narrava as projeções.
Depois de se aposentar, na década de 1980, criou uma espécie de confraria de comunicadores da época de ouro do rádio, com encontros mensais. Durante a carreira, contabilizou prêmios e honrarias. Entre eles, o 83º Clássico Imprensa, em reconhecimento pelos mais de 50 anos de incentivo ao turfe, concedido em novembro de 2012, no Hipódromo do Cristal.
Vergara Marques era um amante dos esportes. Acompanhava futebol e turfe com a mesma empolgação que assistia aos jogos de vôlei e basquete. Torcedor do extinto Grêmio Esportivo Renner, jamais confessou em público se era gremista ou colorado. Mas se dizia fã do Juventude e do São Caetano.
O locutor nasceu em 7 de novembro, em Jaguarão, no sul do Estado. Viúvo desde 2009 de Carmen Maria Ramos Marques, deixa a filha, Isis, o genro, Inácio, e a neta, Nathália.
