Rui Costa, Roger e, finalmente Romildo Bolzan, discursaram na reapresentação dos jogadores do Grêmio, ontem. O que mais me chamou a atenção foi o discurso presidencial. Ele lembrou que no ano passado, no mesmo encontro, tudo era incerteza. Crise financeira, jogadores saindo pelo salário que era impagável, discurso de rebaixamento. O Grêmio vivia o caos.
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Hoje, vive a tranquilidade de ter combatido muito problemas importantes, de ter preservado praticamente todo grupo, de ter descoberto um treinador muito bom, de estar numa Libertadores. Um quadro muito melhor. Romildo operou milagres na gestão do Grêmio. Neste momento, não queima cartuchos de irresponsabilidade contratando jogadores a qualquer preço. Sabe que tem uma grande base de time e que precisa apenas mais um ou dois. Ainda tem muito tempo hábil.
Leviandades brasileiras
Alexandre Pato não quer jogar na China. Ele recusou proposta de mais de R$ 2 milhões por mês. Prefere ganhar R$ 800 mil e continuar no Corinthians. Tudo porque seu contrato termina no final do ano, e daqui seis meses ele pode assinar pré-contrato com um clube inglês _ que é o seu sonho dourado _ e ficar com todo dinheiro para si.
O Corinthians, que pagou R$ 40 milhões para contratá-lo, ficará lambendo os dedos. Um dirigente que toma esta atitude precisa ser responsabilizado. Um procedimento dessa natureza remete a consequências seríssimas numa agremiação. Não faria isso nos seus negócios. Um jogador que não dá certo na Europa precisa ser repatriado por empréstimo, ainda com o clube europeu pagando seu salário. Mas não foi isso que fizeram os dirigentes.
Pato sabe fazer contas, aproveita a leviandade e irresponsabilidade dos dirigentes e segue a vida debochando do clube. É o futebol brasileiro.
Demmmaaaiiiisss
O atento leitor Rafael Fávero me escreve com autoridade para dizer que não é bem assim quando dizem que a Europa não demite treinador. Demite, sim. Rafa Benítez foi colocado no olho da rua do Real Madrid. Mourinho foi demitido do Chelsea porque não ganhava de ninguém.
Eles também são demitidos, como qualquer trabalhador em qualquer lugar do planeta quando esse não cumpre sua tarefa com talento. Claro que tem o caso do Guardiola, que trabalha onde quer e quanto tempo quer. Mas esse é um caso diferenciado.