Parece simbólico o momento da Seleção Brasileira. Enquanto tenta reconstruir um novo caminho depois do passado vexatório na Copa do Mundo, pipocam ao redor notícias de demissões de treinadores do campeonato nacional, que recém passa pela sexta rodada.
É assim que o Brasil volta a campo hoje em amistoso contra Honduras, dias antes de viajar para a Copa América no Chile, com o consagrado Neymar confirmado no jogo como garoto-propaganda da Seleção, mas também com a necessidade de provar ao público que, afinal, o 7 a 1 ficou para trás. Serão mais de 30 mil pessoas no Beira-Rio, aliás.
Só a presença de Neymar é capaz de seduzir a metade de um estádio. Foi assim quando cerca de 200 torcedores, a maioria de meninas recém saídas do colégio, entraram nos minutos finais do treinamento de terça no gramado do Beira-Rio. Houve uma histeria de gritos por Neymar, que mal tocava na bola e era festejado e incensado.
- Neymar, Barcelona... - gritavam, em alusão ao recente título da Liga dos Campeões pelo time catalão, no último sábado.
E é isso mesmo. O homem ganhou o maior torneio de clubes do planeta, fez gol na finalíssima contra a Juventus, foi um dos goleadores da competição e se credenciou a disputar o título de melhor jogador do mundo. Tem razão as meninas de se espremer por um aceno do craque.
Pois nesta quarta-feira um estádio inteiro terá condições de reverenciar o futebol de um talento maior. Quando perguntaram se Neymar é meio time, o técnico Dunga foi polido na resposta.
- Nenhum time vive de individualidade, tudo começa pelo grupo. Na Copa do Mundo, seleção que tinha só um jogador ficou pelo caminho. Mas o craque dá um diferencial que acrescenta muito - disse o técnico.
Na verdade, que o lateral-direito Danilo ainda esteja se recuperando de lesão no tornozelo, que Fabinho possa entrar no seu lugar, que Robinho tenha treinado com desenvoltura e retorne ao time, tudo isso é compreensível para a torcida.
O que não podia acontecer é Neymar não jogar o amistoso, mesmo que tenha vindo às pressas de jatinho de Barcelona, direto para Porto Alegre. Tão às pressas que desembarcou antes do restante da delegação. Ele recepcionou Dunga no hotel Vila Ventura, na noite de segunda-feira.
- Ele está com toda a motivação, gosta de desafio. Lembram de quando dei a braçadeira de capitão para ele?
Honduras é um adversário duro. Recentemente empatou em 2 a 2 com Paraguai e distribuiu à vontade jogadas violentas. Porto Alegre ainda se recorda da Honduras que jogou neste mesmo Beira-Rio durante a Copa de 2014 e sofreu 3 a 0 da França. Pode ser a nova vítima de Neymar.
*ZHESPORTES