Dentro das quatro linhas, resultado justo e vitória merecida do Riograndense por 2 a 1 no Rio-Nal 263, no domingo. Fora de campo - e também dentro dele -, problemas que se repetem todos os anos. Clima de animosidade e tensão nos arredores dos Eucaliptos e falhas estruturais no estádio que, por pouco, não fizeram o confronto ser adiado.
As confusões começaram uma hora antes do clássico. Por volta das 14h30min, um grupo de torcedores do Inter-SM saiu do Largo da Gare em direção aos Eucaliptos. Segundo relatos de torcedores, eles teriam sido recebidos com pedras.
Mas as reclamações não pararam por aí. Dentro do estádio, os torcedores alvirrubros que ocuparam o espaço nas arquibancadas móveis estavam indignados com o que presenciaram.
- O reservado no Inter-SM tinha pedaços de pedras e a estrutura que nos forneceram não tinha água, refrigerante nem alimentação. O jogo atrasou quase uma hora para começar. É uma falta de respeito, e por culpa exclusivamente do Riograndense, que não providenciou a retirada de água do gramado. Sempre somos maltratados lá - afirmou o vice-presidente do Conselho Deliberativo do Inter-SM, Paulo de Tarso Covolo.
Na tarde desta segunda-feira, a presidente do Riograndense, Lisete Frohlich, reconheceu as falhas nos problemas de alagamento de parte do gramado e da falta de bebida e alimentação no espaço reservado ao Inter-SM.
- Sei que é algo recorrente (o alagamento), mas, na minha gestão, venho fazendo alterações. O que aconteceu no gramado é que a água vem dos morros em volta. Pela manhã, liguei para o Marquetto (presidente do Inter-SM) e propus que o jogo fosse adiado para quarta ou quinta. Ele (Marquetto) aceitou. Depois, o Savian (diretor de futebol do Inter-SM) me ligou e disse que a comissão técnica não aceitava a troca. Já fizemos o projeto de drenagem. A drenagem vai pegar a água e jogar para dentro de uma das piscinas (onde está sendo construída uma quadra, atrás do estádio). Espero que seja uma das últimas vezes que isso aconteça. Sabemos que é uma situação desagradável e, até por isso, queríamos transferir o jogo - disse Lisete.
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Em relação às alegações de que a torcida do Inter-SM foi maltratada, Lisete foi enfática:
- Admito que foi uma falha e não tinha água e nem alimentação, mas não foi para maltratar os torcedores. O que aconteceu é que, no início, a Brigada Militar estava com as chaves e os ambulantes não conseguiam acessar (o reservado). Mas isso foi resolvido durante o jogo. Além disso, não concordo que a nossa torcida é bem tratada lá (na Baixada). Ficamos em um espaço apertado - comentou Lisete.
Alguns dirigentes alvirrubros questionam, ainda, os critérios de segurança nos dois estádios de Santa Maria.
- Por que no estádio do Inter-SM todas as reformas foram exigidas desde o ano passado. Temos mais de 14 aberturas e, no Riograndense, não tem condições e não exigiram nada. Teve gente da nossa torcida segurando um dos portões para ninguém entrar no campo. São dois pesos e duas medidas? - indagou Covolo.
Sobre a reclamação de falta de segurança na área reservada aos torcedores do Inter-SM, o major Cleberson Bastianello, comandante do 2º BOE, disse que o Batalhão não foi informado sobre qualquer problema no local.