O peso pesado Frank Mir que se apresenta em Porto Alegre na luta principal do UFC Fight Night 61 está longe do auge. Campeão da categoria em 2004, deixou o título por conta de um grave acidente automobilístico que o deixou fora dos octógonos por quase dois anos. Depois, chegou a conquistar o cinturão interino sobre Minotauro Nogueira em 2008, mas perdeu a unificação contra o gigante Brock Lesnar.
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O último grande momento de Mir no UFC foi a disputa de cinturão contra Júnior Cigano. Mas o brasileiro levou a melhor. Desde então, foram outras três derrotas - por decisão contra Daniel Cormier e Alistair Overeem, e por nocaute técnico contra Josh Barnett.
No Rio Grande do Sul, o americano de 35 anos tem a chance de se recuperar e precisa vencer para seguir bem cotado no UFC. O adversário, o brasileiro Antônio Pezão Silva, também não vive grande fase: são duas derrotas e uma luta sem resultado (inicialmente empate, revertido depois do exame antidoping) nos últimos três compromissos. A Zero Hora, Frank Mir falou sobre a expectativa para a luta contra Pezão e o primeiro evento da história do UFC em Porto Alegre.
Zero Hora - Ainda é possível voltar ao topo da divisão?
Frank Mir - É possível, mas eu tento pensar apenas nas coisas que posso controlar. Eu tento não pensar nas coisas que não tenho controle e, por isso, não colocar tanta energia nisso. Meu foco é onde eu tenho controle, a minha luta.
ZH - Você nunca lutou fora da América do Norte. Isso muda alguma coisa?
Mir - Apenas a viagem se torna mais longa. Além disso, eu tive que mudar a minha preparação, já que antes lutaria três rounds e agora serão cinco.
ZH - O Pezão também vem de derrotas. Essa luta é de vida ou morte para vocês no UFC?
Mir - Como eu disse antes, tento não pensar muito nisso, mas treinei muito e meu foco é vencer. É uma luta muito importante, tive algumas derrotas no caminho, todas em lutas bem duras, mas eu estou bem preparado.
ZH - A ideia é manter a luta no chão ou trocar em pé?
Mir - Eu vou sempre tentar levar a luta pro chão. Minha ideia é derrubá-lo e finalizá-lo. Eu acredito no meu jogo, tenho mais finalizações na carreira, sou mais técnico do que ele. Sei que ele é faixa preta de jiu-jitsu e se eu cometer algum erro, claro que ele vai usar isso a seu favor. Mas eu espero derrubá-lo e finalizá-lo.
ZH - Você acha que pode te prejudicar o fato de não lutar há mais de um ano?
Mir - Eu fiquei um tempo afastado por conta de lesões, mas treinei muito, usei o tempo para pensar sobre a minha carreira e espero ver o resultado disso no dia 22 de fevereiro.
ZH - Você tem um plano de aposentadoria? Ou não pensa nisso?
Mir - Depende do meu desempenho. Eu não estou velho para a categoria. Então, se eu for bem, pretendo continuar lutando. Então depende muito do meu desempenho e do meu corpo.
ZH - O que você pensa sobre os torcedores do Brasil?
Mir - Já estive em São Paulo duas vezes. São muito apaixonados e já espero ser vaiado. Já vim ao Brasil e fui muito bem recebido, os brasileiros são muito simpáticos. Sei que não serei tão bem recebido, mas espero que depois da luta todo mundo volte a ser legal comigo.
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