O sócio de Fernandão, Alberto Pereira Nunes Neto, falou na tarde deste sábado (7) sobre o acidente de helicóptero que vitimou o ex-jogador, dirigente e técnico do Internacional. Ele disse que as equipes de resgate estavam despreparadas para socorrer as vítimas.
Neto e Fernandão se conheciam há mais de 20 anos e suas famílias são amigas. Estavam juntos praticamente todos os dias, viajando pelo Brasil para prospectar novos clientes.
Após a saída do Inter, em 2012, Fernandão se mudou com a família para Goiânia, onde se tornou sócio da Planalto Indústria, uma empresa que monta caminhões de lixo e recolhe containers de rua. Juntamente com Alberto Pereira Nunes Neto, viajaram para diversos países para ampliar o negócio em 22 nações. Fernandão trabalhava com o departamento comercial da empresa.
Fernandão possui casa na cidade de Aruanã, nas margens do rio Araguaia, que era uma das paixões do ex-jogador. Ambos, eram vizinhos de casa e tinham se encontrado, ainda na sexta-feira para pescar, já que estava aberta a temporada de pescaria no rio.
Alberto Nunes relatou que na noite de sexta-feira, Fernandão foi visitar um acampamento da empresa, uma pequena ilha nas margens do rio Aruanã, para encontrar alguns funcionários e amigos. Segundo ele, o ex-jogador se deslocou com o helicóptero da empresa e permaneceu por lá até às 1h30. A única maneira de chegar no local é de helicóptero barco, lancha ou canoa. Disse ainda que a aeronave estava em ótimas condições.
"Foi uma fatalidade. A aereonave estava 100% e não ouve explosão. Até o combustível está no tanque", disse.
Nunes afirmou que iria junto com Fernandão, mas resolveu ficar em casa depois de um pedido da mulher. Quanto ao piloto, o coronel da reserva de Goiás Milton Ananias, ressaltou que era extremamente experiente.
"O piloto era um coronel da polícia, um dos mais requisitados e treinados. Dois dias atrás ele estava pilotando para o governador do estado. Altamente seguro. A aeronave estava 100% dentro dos padrões de manutenção. Ainda não sabemos o que aconteceu", disse.
O acidente ocorreu no retorno para a cidade, que fica a uns 20 quilômetros de distância, por volta das 1h30 de sábado. O helicótepro levantou voo e em seguida caiu na mesma praia. Alberto Nunes foi avisado pelos amigos que estavam no acampamento e acionou imediatamente os Bombeiros. Segundo ele, os Bombeiros estavam despreparados e foram cedidos alguns equipamentos para um primeiro resgate, como barcos e lanchas.
Nunes se emociona ao falar do momento em que tirou o amigo do barco, ainda com vida.
"Quando os bombeiros chegaram, Fernandão ainda estava vivo. Mas, no deslocamento, ele chegou na cidade sem vida. Eu fui a pessoa que tirou ele do barco", disse emocionado.
Morte de Fernandão
O ex-jogador do Internacional, Fernandão, morreu na queda de um helicóptero em Goiás neste sábado (7), aos 36 anos. O acidente ocorreu por volta de 1h da madrugada, na cidade de Aruanã.
Além de Fernandão, morreram no acidente o coronel da reserva de Goiás Milton Ananias, que era piloto, Lindomar Vieira, Antonio de Padua Ferreira e Edimilson de Souza, amigos do ex-jogador.
Fernandão chegou ao Internacional em julho de 2004. Estreou em um Gre-Nal e, logo no primeiro jogo, marcou o gol 1000 em clássicos. Tornou-se capitão e eternizou o seu nome na história do clube nas conquistas da Copa Libertadores da América e do Mundial de Clubes de 2006. Em 2008, deixou o Inter para jogar no Al-Gharafa, do Catar. O retorno ao clube ocorreu em 2011, para a função de diretor-executivo de futebol, já na gestão de Giovanni Luigi. Em 2012, virou treinador do clube, permanecendo até perto do final daquela temporada.
Ouça entrevista com Alberto Nunes, sócio de Fernandão