Mais acostumado a ver os jogos do Inter de dentro do campo, com o apito em mãos, Carlos Simon, 46 anos, terá uma função diferente na partida desta noite, no Estádio Beira-Rio. Ex-árbitro, Simon começou uma nova etapa na vida profissional neste ano, ao aceitar o convite para ser comentarista da FOX Sports, rede que tem os direitos de transmissão da Copa Libertadores.
De uma profissão visada pelos torcedores para outra, o jornalista formado pela PUCRS em 1992 diz que é preciso muito bom senso na hora de emitir opinião. Sabe que não agradará a todos, mas não criará um personagem diferente, será autêntico nas críticas. Para esta noite, espera um jogaço entre Inter e Santos, com atuação bem diferente da vista no jogo em São Paulo:
- A postura do Inter na Vila Belmiro foi equivocada, Dorival Júnior armou a equipe muito mal. Para o Inter, chutar uma vez só a gol em todo um tempo é inadmissível.
Entre as previsões, acredita que um time brasileiro estará na final da Libertadores. Já dos estrangeiros da disputa, acredita estarem despontando Boca Juniors, mais pela tradição do que pelo futebol apresentado, Atlético Nacional, de Medellín, Cruz Azul, Universidad de Chile e Vélez Sarsfield.
Já sobre a arbitragem gaúcha, Simon afirma que sofreu momentos semelhantes ao de Leandro Vuaden em algumas fases da carreira, embora reforce que há uma renovação em curso, o que abre espaço para uma cobrança maior. A pressão, contudo, para ele, só tende a aumentar quanto mais destaque tiver o juiz no cenário nacional, como é o caso de Vauden, que disputa inclusive vaga para apitar a Copa do Mundo.
Simon ainda afirmou que confia no trabalho de Sandro Meira Ricci, que apitará nesta noite Inter e Santos, no Beira-Rio. Segundo ele, é um dos principais árbitros do país e muito tranquilo, com um potencial enorme, mesmo que Muricy Ramalho tenha feito considerações diferentes. Para ele, "a arbitragem está em boas mãos".
Uma marca do seu estilo, Simon mantém o forte sotaque gaúcho durante as transmissões da FOX Sports e diz que isso não mudará de jeito algum:
- Tenho orgulho da nossa terra, da minha origem. Continuo falando os termos de sempre, e ninguém me pediu para mudar. Não é porque estou no Rio que vou falar "paxtel" em vez de pastel, né?