A torcida do Flamengo viveu um caso de amor e ódio com Ronaldinho, na partida contra o Emelec (EQU), na última quinta-feira, pela Copa Libertadores. O camisa 10 foi vaiado de maneira impiedosa pelos torcedores, especialmente no segundo tempo. Uma parte considerável, porém, deixou as críticas de lado, e ensaiou coros de apoio ao jogador.
Ainda no primeiro tempo, Ronaldinho não foi vaiado, mas já parecia com o moral baixo entre os que estavam nas arquibancadas. A cada falta frontal ao gol equatoriano, a torcida pedia o argentino Bottinelli nas cobranças, o que não aconteceu nenhuma vez.
O Flamengo já errava muitos passes e a torcida ensaiava algumas vaias. Apesar de cantar muito, a galera chiou aos 30 minutos, quando Léo Moura deixou o campo, lesionado, sendo substituído por Negueba. Joel Santana foi chamado de "burro". Os erros de passe da equipe, e também do setor defensivo, foram um teste para os nervos flamenguistas. Mas os torcedores passaram a acreditar mais na equipe depois da expulsão de De Jesús, do Emelec, no finzinho do primeiro tempo.
A entrada de Deivid voltou a encher a torcida de esperança. Na segunda etapa, porém, a paciência dos rubro-negros com R10 - e com o resto do time - acabou de uma vez por todas.
O gol de Vagner Love, cuja assistência foi de Ronaldinho, serviu como um alento, mas o craque passou a ser hostilizado. A cada vez que errava uma jogada, o Gaúcho era vaiado.
Aos 19 minutos, porém, veio aquela que foi a gota d'água para a torcida. Depois de um cruzamento de Luiz Antônio, Ronaldinho tentou tocar com o ombro na bola, de maneira até meio displicente, errando outro passe. E os mais de 30 mil rubro-negros não perdoaram, dando uma grande vaia no Engenhão.
A partir daí, o jogador era vaiado a cada toque que dava na bola. Bottinelli, por sua vez, era até aplaudido. E até outros jogadores como Negueba provaram a ira da torcida do Flamengo. Só que as vaias a Ronaldinho começavam a diminuir de intensidade. De fato, o jogador não vinha tendo uma atuação exatamente ruim. E ao que parecia, R10 se motivou com os apupos. Passou a acertar mais as jogadas, e desmarcou Junior Cesar e Deivid com dois excelentes passes, em lances mais tarde desperdiçados.
Foi aí que uma boa parte da torcida do Flamengo passou a gritar "Ah, é Ronaldinho!", numa tentativa de animar o craque. A parte que o criticava de maneira mais ferrenha vaiou a tentativa, mas foi mais paciente com o jogador até o fim do jogo. E o que se viu foi um Ronaldinho valente, que dava até carrinho para recuperar a bola, coisa que já tinha feito até no primeiro tempo.
No fim da partida, mesmo com a vitória, o Engenhão se transformou em um caldeirão de vaias, vindas de uma torcida que esperava uma atuação bem melhor do Flamengo, diante de um adversário bem inferior.
Independentemente das críticas da torcida, Ronaldinho não teve uma atuação digna de tantos apupos, nem de muitos aplausos. Mas a paciência dos rubro-negros com o jogador, que não vive a melhor de suas fases, parece estar chegando ao fim.
Libertadores
Torcida do Flamengo vive noite de amor e ódio com Ronaldinho
Jogador foi vaiado e aplaudido em alguns momentos pelos rubro-negros, que também hostilizaram o técnico Joel Santana na vitória de 1 a 0 sobre o Emelec
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