No dia 14 de dezembro de 1975, saí de casa mais cedo do que o normal. Era um domingo e renunciei ao tradicional churrasco de família. A causa era justíssima: a final do Campeonato Brasileiro. O Inter estava na decisão para realizar a façanha de vencer o grande Cruzeiro de Minas.
Os tempos eram outros. Nada de lugar marcado no estádio e chegar cedo era uma obrigação. E lá fui eu, adolescente, cheio de confiança naquela verdadeira seleção que era o Colorado.
Quando Dulcídio Wanderley Boschilia apitou o início do jogo, o Beira-Rio estava lindo, adornado por 100 mil torcedores vestidos de vermelho e dispostos a ajudar o time a confirmar o irrepreensível campeonato que havia feito.
Desde 1972, o Inter vinha beliscando o sucesso nacional, esbarrando, em algumas oportunidades, no árbitro Arnaldo Cezar Coelho.
Mas naquele dia não. Estava tudo armado pelos deuses do futebol. O raio de luz, que mostrou a Figueroa onde Valdomiro colocaria a bola na área, foi apenas a cereja do bolo.
Inter campeão brasileiro!
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