Faltando menos de uma semana para começar a Copa do Mundo da Rússia, as lojas de decoração e fantasias de Porto Alegre já têm itens esgotados, como os varais de bandeiras das 32 seleções, e alguns que nem chegaram, como os fenômenos das redes sociais Canarinho Pistola e vuvuzela, mundialmente famosa desde a Copa da África.
Crise econômica e greve dos caminhoneiros são assuntos que, aparentemente, não afetaram as vendas do setor. Em três lojas visitadas na manhã desta sexta-feira (8), nenhum gerente teve do que reclamar:
— Desde o começo de junho tem muita procura. Compramos 10% a mais em mercadoria do que na Copa de 2014 e tenho certeza que vai esgotar — afirmou a gerente de uma unidade das Lojas Linna no Centro Histórico, Quellen Pinheiro.
Nessa e em outra loja da Rua Senhor dos Passos já não há mais varais com bandeiras das seleções, com opções de três a 12 metros de extensão e quantidades variadas de países. Na Linna, foram vendidas mil unidades, enquanto na 1001 Novidades, as 72 encomendadas foram vendidas.
— Só sobrou essa do teto, que estamos usando na nossa decoração e não vendo. Teve uma menina que até ofereceu pagar mais, disse: "Faz o preço que for que eu pago", mas não aceitei — contou rindo a gerente Karine Struminski.
Além dos tradicionais artigos de torcida muito vendidos em períodos de Copa, como cornetas, perucas e chapéus, a 1001 Novidades também personaliza alguns itens. Tiaras ganham as letras BRASIL e estrelas em verde e amarelo, cartolas recebem HEXA em amarelo brilhoso. O que tem mais saída, por enquanto, conforme Karine, são os chapéus.
— O que não vendeu ainda, mas acho que vai quando começar a Copa, são as tintas de rosto — projeta a gerente,
Nas lojas de decoração do Centro Histórico, o verde-amarelo divide o espaço de destaque com os artigos juninos. Mas têm, também, ambos juntos: vestido de São João canarinho e chapéu de palha com as cores da Seleção.
Na Clow Festas e Fantasias, também na Senhor dos Passos, faz um mês que uma espécie de altar foi montado bem perto da porta de entrada. Além de óculos e perucas, vendidos em larga escala, a loja destaca artigos mais elaborados. Como uma manta verde e amarela, um boné com suporte para duas latas e canudos, e um chapéu com uma mola e uma bola na ponta.
Do Canarinho Pistola, nem sombra. Cortado pela Fifa para valorizar o mascote da Copa da Rússia, o urso Zabivaka, a pelúcia do pássaro amarelo com cara de bravo é vendido por R$ 99 em lojas oficiais. No Centro da Capital, não localizamos. O máximo que havia de mascote na Clow foi uma mascara do tatu-bola da Copa passada, no Brasil.
Segundo o vendedor Márcio Peres Heldt, que fez cara de quem não sabia quem era o Canarinho Pistola, sucesso nas redes sociais, até agora, o principal cliente são empresas:
— Elas vêm e rapam tudo. O consumidor comum vem, olha e pergunta, mas ainda não está comprando.
Conhecido pelo jeitinho de deixar as coisas para a última hora, o brasileiro deve deixar para ir as compras mesmo na semana que vem, quando a Copa da Rússia começar — a abertura ocorre na quinta-feira (14) — e mais perto da estreia dos comandados de Tite rumo ao hexa — a primeira partida da Seleção será domingo (17).
— Quando começar a Copa, o brasileiro vai esquecer da crise e torcer. É sempre assim —projeta Quellen.