Os finais de semana de Stock Car não têm, apenas, a maior categoria de automobilismo do Brasil nas pistas. Três séries de acesso também fazem parte do cardápio para os fãs de velocidade – e uma delas conta com um gaúcho fazendo bonito na disputa pelo título.
O pelotense Gabriel Robe é o vice-líder do Brasileiro de Turismo, a principal categoria daqueles que almejam chegar à Stock Car. Aos 20 anos, o piloto da Motortech está na sua terceira temporada completa e vai trilhando uma carreira interessante para seguir com o seu grande objetivo de vida: viver de corridas.
– Comecei a correr de kart aos quatro anos, porque meu pai (Lélio Robe) era kartista. Pedi um kart de presente de Natal, e o Papai Noel me trouxe (risos) – conta Gabriel, em meio ao calor nos boxes de Londrina, pronto para a sexta etapa do campeonato. – Aos sete anos, participei do Brasileiro de Kart em Campo Grande, no Mato Grosso do Sul. E fui campeão da categoria mirim. A partir daí, o meu pai deixou a carreira dele de lado para cuidar da minha, e começamos a trabalhar.
De lá para cá, Robe seguiu o caminho natural para todos os pilotos. Passou anos no kart e, em 2013, começou a correr de Fórmula-Júnior, categoria de monopostos disputada no Rio Grande do Sul, e no ano seguinte teve sua primeira experiência em carros de turismo. Em 2015, a Motortech, tradicional equipe do Brasileiro de Turismo, deu uma chance – e Gabriel aproveitou bem.
– Fiz algumas provas em 2014 e tive bons resultados, e em 2015 fui contratado. Consegui dois pódios nas duas provas de Goiânia, as primeiras do ano, e aí continuei. No ano passado fui vice-campeão (seu companheiro de equipe, o também gaúcho Marcio Campos, conquistou o bicampeonato e seguiu para a Stock Car), e agora estou de novo na briga pelo título – explica o piloto.
Até agora, são duas vitórias, um segundo e um terceiro lugar na temporada. Os dois triunfos, na etapa de Cascavel, marcam o melhor fim de semana de um piloto até agora na temporada: apenas Gabriel conseguiu a marca perfeita ao longo do ano. Com isso, ele já soma 106 pontos no campeonato, apenas um atrás do paulista Gaetano di Mauro. Após a etapa de Londrina, restarão mais duas provas, com rodadas duplas, para o fim da disputa.
As vitórias em Cascavel, aliás, mostraram outra faceta de destaque do gaúcho: a comemoração com a bandeira do seu time. E nada de dupla Gre-Nal. Como bom pelotense, Gabriel é xavante fanático e levou as cores do Brasil-Pel para o pódio.
– Torço pelo time da minha cidade, e gosto muito de mostrar que sou xavante. Nunca tive nenhuma afinidade por Inter ou Grêmio. Minha torcida é pelo Brasil. Estou sempre de olho nos jogos – garante, antes de reclamar da arbitragem no jogo contra o Náutico, na última quarta-feira, que teve derrota rubro-negra para os pernambucanos por 1 a 0. – Nos passaram a mão, né (risos). Mas é isso, sempre xavante.
O Brasil-Pel é uma das suas paixões. Mas a maior está nas corridas. Por isso mesmo, Gabriel tem como principal sonho de vida seguir carreira como piloto – enquanto estuda odontologia em Pelotas.
– Ainda não temos nada programado para o ano que vem, pois tudo depende de patrocínios. Mas, independente do que for, quero seguir correndo. Seja na Stock, seja no Turismo, de carrinho de rolimã, o que for – conclui o dono do carro 35.