“manter os Olhos abertos à evolução sem perder de vista a dimensão humana” Maurício Sirotsky Sobrinho Fundador do Grupo RBS
As seis décadas de transformações que o Grupo RBS acompanhou da linha de frente

Voltar no tempo em busca de um marco simbólico para a trajetória dos personagens que fariam a história do Grupo RBS é desembarcar na Passo Fundo do final da década de 1930. Ali, na praça central, Maurício Sirotsky Sobrinho, aos 14 anos, atuava como locutor de um serviço de alto-falantes comum à paisagem do interior gaúcho. Naquela época de invenção e improviso, a rádio a céu aberto era uma resposta possível ao desejo coletivo de comunicar-se, de criar laços e de informar-se. Pelo microfone da Sonora Guarany, o menino Maurício esquentava a voz e começava a consagrar o talento para a comunicação e a capacidade de empreender, combustíveis para os primeiros passos do Grupo RBS quase duas décadas depois.

 

O dia 31 de agosto de 1957 é a data de registro de Maurício na Carteira de Trabalho como diretor da Rádio Gaúcha. Nessa data, ele se associou, com uma participação minoritária, à emissora. A aquisição dessa participação foi o movimento inaugural de um grupo de comunicação multimídia que absorveu as estupendas inovações tecnológicas do período, promoveu a integração regional e se misturou a milhões de vidas espalhadas pelo Estado ou pelo mundo, por meio de sons, imagens, textos e bytes. No início dos anos 60, Maurício, o irmão caçula, Jayme Sirotsky, e o advogado Fernando Ernesto Corrêa, que se junta aos pioneiros em 1963, deram continuidade à construção do Grupo RBS, com a montagem da TV Gaúcha, hoje RBS TV.

 

– A comunicação se desenvolveu aqui acompanhando a evolução da sociedade. Participamos de um ambiente. A visão de futuro, o empreendedorismo e o processo de integração com o mundo ajudaram na nossa evolução – explica Nelson Sirotsky, filho do fundador e presidente da RBS entre 1991 e 2012, um dos mais importantes períodos de crescimento da empresa.

 

As sucessivas etapas foram marcadas por ousadia, inovação e antecipação de ciclos.

 

– Eu acreditei na coragem de Maurício e Jayme e aceitei participar do risco de empreender – lembra Fernando Ernesto.

 

Nestas seis décadas, o Grupo RBS testemunhou e contou inúmeras histórias. Acompanhou o desenvolvimento econômico do Estado e do país, viu a afirmação e o esfacelamento de regimes e líderes políticos, expôs artífices da corrupção e seus malefícios, registrou conquistas tecnológicas e científicas, captou mudanças comportamentais, registrou manifestações culturais, promoveu lazer e diversão às famílias, comoveu-se com as principais tragédias que fizeram leitores, ouvintes e telespectadores chorarem. Não houve aspecto da vida dos gaúchos fora do olhar e da companhia solidária de uma empresa fiel ao compromisso de valorizar a dimensão humana.

 

– Uma das coisas que mais me motivam é que a visão do meu avô nunca foi tão atual. Desde o princípio e ainda hoje, conforme Maurício Sirotsky dizia, queremos participar dos avanços tecnológicos sem perder de vista a dimensão humana, a nossa relação com as pessoas, com o nosso público. E é exatamente a partir dessa premissa que continuamos levando para frente o projeto empresarial da RBS – afirma Eduardo Sirotsky Melzer, que preside o Grupo RBS desde 2012.

Maurício Sirotsky já era profissional de rádio consagrado quando decidiu se valer da sua capacidade empreendedora e assumir a Rádio Gaúcha com a tarefa de reerguê-la. Testemunha e personagem daquela operação pioneira, Jayme Sirotsky, presidente-emérito da RBS, presidente da empresa de 1986 a 1991 e do Conselho de Administração entre 1991 e 2008, ressalta que a aposta da família no mundo da comunicação, desde o início, teve a inspiração de valores recebidos dos antepassados que trocaram a Europa pelo Brasil e iriam acompanhar a trajetória do grupo.

 

– Colocamos em execução uma veia, herdada por ensinamento, que incluía empreendedorismo, noção correta de trabalho e solidariedade – relembra Jayme.

O passo seguinte à consolidação da Rádio Gaúcha foi o lançamento da TV Gaúcha, cuja concessão é de 1959 mas que iniciaria suas transmissões em dezembro de 1962. O esforço para colocar no ar a emissora consumiu recursos financeiros e técnicos. Os irmãos Sirotsky tinham a intuição de que o magnetismo da televisão era um passo essencial do projeto de construção de um grupo de comunicação, ainda que, naquele momento, não detivessem todo o conhecimento sobre como oferecer um canal inovador de informação e entretenimento.

 

– Já havia um entendimento de que aquele meio de comunicação era o futuro. A gente percebia o interesse das pessoas por aquele milagre, que era ver a imagem na sua casa – conta Jayme.

 

A partir de 1967, o Grupo RBS associa-se à Rede Globo, que nascera dois anos antes, e desenvolvem uma parceria que perdura até hoje e que muito orgulha a RBS. A produção de conteúdo local, transmitido nacionalmente, sempre foi uma marca da reciprocidade entre as duas empresas, gerando valor para o público e para os clientes. Foi no Rio Grande do Sul que se iniciou o plano de organizar uma rede regional de televisão, com emissoras espalhadas pelo Estado e sem similar à época. A estratégia, desencadeada ainda na década de 1960, foi a primeira manifestação da disposição de expandir-se e vincular-se ao cotidiano e lares gaúchos. Também exigiu tecnologias inovadoras e mais eficientes, com potencial para reduzir a distância entre os fatos e acelerar a capacidade de transmissão. A mesma lógica alimentou a expansão em Santa Catarina a partir de 1979, projeto comandado por Maurício, liderado por Nelson e que, nos anos seguintes, teve à frente Pedro Sirotsky, filho mais novo do fundador.

 

– A televisão regionalizada permitiu interatividade, recebendo conteúdos nacionais e gerando conteúdos locais. Também proporcionou crescimento econômico regionalizado, dando acesso às empresas de menor porte para investirem em publicidade – lembra Nelson.

A RBS sempre valorizou o fato de ser uma empresa familiar profissional. Desde os seus primeiros passos, combinou a participação de membros da família do fundador na governança – como Carlos Melzer, genro de Maurício e que atuou em diferentes cargos e hoje faz parte do Comitê de Acionistas – e outros nomes de peso na gestão, como Pedro Parente. A empresa buscou nos valores fortes da família a construção do futuro, com uma postura que se estendeu à liderança em órgãos nacionais, como a Associação Nacional de Jornais (ANJ), e internacionais, como a Associação Mundial de Jornais (WAN).

 

Ainda na transição entre as décadas de 1960 e 1970, o Grupo RBS iniciou suas operações com a mídia jornal impresso. Em 1970, Maurício e Jayme adquiriram o controle de Zero Hora, mergulhada em profunda crise e lutando para se afirmar em um mercado no qual não era líder. Assim, a empresa estabelecia o seu eixo norteador de atuação multimídia, fixando as bases para a colaboração de conteúdo e a sinergia administrativa entre as plataformas. Antes de conseguir deslanchar a estratégia de afirmação, ainda teve de administrar, em menos de um ano, dois grandes incêndios, um nas instalações de rádio e TV, no Morro Santa Teresa, em junho de 1972, e o outro na Zero Hora, na Avenida Ipiranga, em março de 1973.

 

Em oito anos, Zero Hora saiu do vermelho. Em 1982, alcançou a liderança do mercado, graças à aposta nos classificados e à produção de um jornalismo capaz de retratar a vida no Estado. Assim como já fizera com a TV, a RBS também decidiu expandir suas atividades em mídia impressa para o território catarinense. O Diário Catarinense, o primeiro do país a prever uma operação 100% informatizada, começou a circular em maio de 1986, pouco depois da morte prematura de Maurício, que se envolvera intensamente no projeto. O investimento no novo periódico foi a aposta inicial na diversificação de títulos, com aquisições e lançamentos, tanto em Santa Catarina quanto no Rio Grande do Sul.

 

Nestes 60 anos, os investimentos na expansão tiveram como foco oferecer entretenimento e jornalismo de qualidade a variados públicos. A segmentação e a regionalização estiveram presentes, seja na plataforma rádio, com as marcas Farroupilha, Atlântida e Cidade, seja na TV, com a TVCOM e o Canal Rural, seja na impressa, com títulos regionais e populares, como Diário Gaúcho e Hora de Santa Catarina. O radiojornalismo ainda experimentou um plano de integração em rede, para a ampliação da transmissão de programas e eventos esportivos a partir de 1995, com a Rede Gaúcha Sat.

 

Os movimentos de mercado traduziam uma vocação expressa desde a operação de compra da Rádio Gaúcha: estar o mais próximo possível das comunidades. Com esse mesmo objetivo, o Grupo RBS criou em 1982 uma fundação, que em 1987 passou a levar o nome de Maurício Sirotsky Sobrinho e a ser liderada por sua viúva, Ione Pacheco Sirotsky. A intenção era agrupar as ações sociais, traduzindo a convicção de Maurício de conciliar a atividade empresarial e o desenvolvimento social. Em três décadas de atuação, lançou campanhas contra a violência infantil (O Amor é a Melhor Herança. Cuide das Crianças, de 2003), de alerta ao consumo de drogas (Crack, Nem Pensar, de 2010) e aposta na educação (A Educação Precisa de Respostas, de 2012). Atualmente, tem o compromisso de estimular e dar visibilidade a causas do Terceiro Setor que contribuam para o desenvolvimento da sociedade, especialmente na área da educação.

 

– Nossa missão é, a partir da comunicação, do nosso jornalismo e do nosso entretenimento, conectar quem vive no Rio Grande do Sul e contribuir para uma vida melhor. É assim há 60 anos. A essência não muda. O que muda é a forma com que entregamos nosso produto, que precisa se adaptar constantemente ao desejo do público – destaca Eduardo Sirotsky Melzer.

Já há mais de duas décadas, a internet é a plataforma de expansão. Desde 1995, quando a web deslanchou no Brasil, o grupo procurou garantir uma presença virtual, por meio de sites dos seus veículos. Em 2000, o portal clicRBS foi lançado para aglutinar as versões eletrônicas. Nesta etapa da atuação, o Grupo RBS também ampliou investimentos em outras áreas da internet. No complexo universo da tecnologia e das mudanças de comportamento determinadas pelas redes sociais, o foco é seguir falando com os gaúchos e entendendo seu jeito de ver o mundo.

 

Os 60 anos do Grupo RBS inspiram este especial, um painel das transformações radicais em seis campos. Tendo como fonte intérpretes, estudos, documentos e especialistas em tendências, as reportagens traçam um panorama do contexto que afetou a vida dos gaúchos – áreas sensíveis, que foram objeto de cobertura diária e atenta dos veículos da empresa.

 

As reportagens a seguir retratam o passado e interpretam o presente, sem esquecer de projetar o futuro. Olhar para o mundo à volta e antecipar cenários que ainda estão por vir é o espírito do Grupo RBS. Desde 1957.

''Eu acreditei na coragem de Maurício e Jayme e aceitei participar do risco de empreender'' Fernando Ernesto
"Colocamos em execução uma veia, herdada por ensinamento, que incluía empreendedorismo, noção correta de trabalho e solidariedade" Jayme SIROTSKY
"A televisão regionalizada permitiu interatividade, recebendo conteúdos nacionais e gerando conteúdos locais" NELSON SIROTSKY
"É incrível. A gente faz isso há 60 anos, com mil transformações, inovações, experimentações. Chegamos hoje ao ápice da disrupção tecnológica e social e o que observamos? " Eduardo Sirotsky Melzer,
2.0 ECONOMIA
5.0 EDUCAÇÃO
3.0 POLÍTICA
6.0 CULTURA
INÍCIO
1.0 COMUNICAÇÃO
4.0 COMPORTAMENTO

Curadoria

Cláudia Laitano

Design digital

Thais Longaray

Edição

Altair Nobre,

Alexandre Elmi

e Rafael Balsemão

Ilustrações

Gilmar Fraga

Projeto gráfico

Melina Gallo

As seis décadas de transformações que o Grupo RBS acompanhou da linha de frente

Voltar no tempo em busca de um marco simbólico para a trajetória dos personagens que fariam a história do Grupo RBS é desembarcar na Passo Fundo do final da década de 1930. Ali, na praça central, Maurício Sirotsky Sobrinho, aos 14 anos, atuava como locutor de um serviço de alto-falantes comum à paisagem do interior gaúcho. Naquela época de invenção e improviso, a rádio a céu aberto era uma resposta possível ao desejo coletivo de comunicar-se, de criar laços e de informar-se. Pelo microfone da Sonora Guarany, o menino Maurício esquentava a voz e começava a consagrar o talento para a comunicação e a capacidade de empreender, combustíveis para os primeiros passos do Grupo RBS quase duas décadas depois.

 

O dia 31 de agosto de 1957 é a data de registro de Maurício na Carteira de Trabalho como diretor da Rádio Gaúcha. Nessa data, ele se associou, com uma participação minoritária, à emissora. A aquisição dessa participação foi o movimento inaugural de um grupo de comunicação multimídia que absorveu as estupendas inovações tecnológicas do período, promoveu a integração regional e se misturou a milhões de vidas espalhadas pelo Estado ou pelo mundo, por meio de sons, imagens, textos e bytes. No início dos anos 60, Maurício, o irmão caçula, Jayme Sirotsky, e o advogado Fernando Ernesto Corrêa, que se junta aos pioneiros em 1963, deram continuidade à construção do Grupo RBS, com a montagem da TV Gaúcha, hoje RBS TV.

 

– A comunicação se desenvolveu aqui acompanhando a evolução da sociedade. Participamos de um ambiente. A visão de futuro, o empreendedorismo e o processo de integração com o mundo ajudaram na nossa evolução – explica Nelson Sirotsky, filho do fundador e presidente da RBS entre 1991 e 2012, um dos mais importantes períodos de crescimento da empresa.

As sucessivas etapas foram marcadas por ousadia, inovação e antecipação de ciclos.

 

– Eu acreditei na coragem de Maurício e Jayme e aceitei participar do risco de empreender – lembra Fernando Ernesto.

Nestas seis décadas, o Grupo RBS testemunhou e contou inúmeras histórias. Acompanhou o desenvolvimento econômico do Estado e do país, viu a afirmação e o esfacelamento de regimes e líderes políticos, expôs artífices da corrupção e seus malefícios, registrou conquistas tecnológicas e científicas, captou mudanças comportamentais, registrou manifestações culturais, promoveu lazer e diversão às famílias, comoveu-se com as principais tragédias que fizeram leitores, ouvintes e telespectadores chorarem. Não houve aspecto da vida dos gaúchos fora do olhar e da companhia solidária de uma empresa fiel ao compromisso de valorizar a dimensão humana.

 

– Uma das coisas que mais me motivam é que a visão do meu avô nunca foi tão atual. Desde o princípio e ainda hoje, conforme Maurício Sirotsky dizia, queremos participar dos avanços tecnológicos sem perder de vista a dimensão humana, a nossa relação com as pessoas, com o nosso público. E é exatamente a partir dessa premissa que continuamos levando para frente o projeto empresarial da RBS – afirma Eduardo Sirotsky Melzer, que preside o Grupo RBS desde 2012.

 

Maurício Sirotsky já era profissional de rádio consagrado quando decidiu se valer da sua capacidade empreendedora e assumir a Rádio Gaúcha com a tarefa de reerguê-la. Testemunha e personagem daquela operação pioneira, Jayme Sirotsky, presidente-emérito da RBS, presidente da empresa de 1986 a 1991 e do Conselho de Administração entre 1991 e 2008, ressalta que a aposta da família no mundo da comunicação, desde o início, teve a inspiração de valores recebidos dos antepassados que trocaram a Europa pelo Brasil e iriam acompanhar a trajetória do grupo.

O passo seguinte à consolidação da Rádio Gaúcha foi o lançamento da TV Gaúcha, cuja concessão é de 1959 mas que iniciaria suas transmissões em dezembro de 1962. O esforço para colocar no ar a emissora consumiu recursos financeiros e técnicos. Os irmãos Sirotsky tinham a intuição de que o magnetismo da televisão era um passo essencial do projeto de construção de um grupo de comunicação, ainda que, naquele momento, não detivessem todo o conhecimento sobre como oferecer um canal inovador de informação e entretenimento.

A partir de 1967, o Grupo RBS associa-se à Rede Globo, que nascera dois anos antes, e desenvolvem uma parceria que perdura até hoje e que muito orgulha a RBS. A produção de conteúdo local, transmitido nacionalmente, sempre foi uma marca da reciprocidade entre as duas empresas, gerando valor para o público e para os clientes. Foi no Rio Grande do Sul que se iniciou o plano de organizar uma rede regional de televisão, com emissoras espalhadas pelo Estado e sem similar à época. A estratégia, desencadeada ainda na década de 1960, foi a primeira manifestação da disposição de expandir-se e vincular-se ao cotidiano e lares gaúchos. Também exigiu tecnologias inovadoras e mais eficientes, com potencial para reduzir a distância entre os fatos e acelerar a capacidade de transmissão. A mesma lógica alimentou a expansão em Santa Catarina a partir de 1979, projeto comandado por Maurício, liderado por Nelson e que, nos anos seguintes, teve à frente Pedro Sirotsky, filho mais novo do fundador.

A RBS sempre valorizou o fato de ser uma empresa familiar profissional. Desde os seus primeiros passos, combinou a participação de membros da família do fundador na governança – como Carlos Melzer, genro de Maurício e que atuou em diferentes cargos e hoje faz parte do Comitê de Acionistas – e outros nomes de peso na gestão, como Pedro Parente. A empresa buscou nos valores fortes da família a construção do futuro, com uma postura que se estendeu à liderança em órgãos nacionais, como a Associação Nacional de Jornais (ANJ), e internacionais, como a Associação Mundial de Jornais (WAN).

 

Ainda na transição entre as décadas de 1960 e 1970, o Grupo RBS iniciou suas operações com a mídia jornal impresso. Em 1970, Maurício e Jayme adquiriram o controle de Zero Hora, mergulhada em profunda crise e lutando para se afirmar em um mercado no qual não era líder. Assim, a empresa estabelecia o seu eixo norteador de atuação multimídia, fixando as bases para a colaboração de conteúdo e a sinergia administrativa entre as plataformas. Antes de conseguir deslanchar a estratégia de afirmação, ainda teve de administrar, em menos de um ano, dois grandes incêndios, um nas instalações de rádio e TV, no Morro Santa Teresa, em junho de 1972, e o outro na Zero Hora, na Avenida Ipiranga, em março de 1973.

 

Em oito anos, Zero Hora saiu do vermelho. Em 1982, alcançou a liderança do mercado, graças à aposta nos classificados e à produção de um jornalismo capaz de retratar a vida no Estado. Assim como já fizera com a TV, a RBS também decidiu expandir suas atividades em mídia impressa para o território catarinense. O Diário Catarinense, o primeiro do país a prever uma operação 100% informatizada, começou a circular em maio de 1986, pouco depois da morte prematura de Maurício, que se envolvera intensamente no projeto. O investimento no novo periódico foi a aposta inicial na diversificação de títulos, com aquisições e lançamentos, tanto em Santa Catarina quanto no Rio Grande do Sul.

 

Nestes 60 anos, os investimentos na expansão tiveram como foco oferecer entretenimento e jornalismo de qualidade a variados públicos. A segmentação e a regionalização estiveram presentes, seja na plataforma rádio, com as marcas Farroupilha, Atlântida e Cidade, seja na TV, com a TVCOM e o Canal Rural, seja na impressa, com títulos regionais e populares, como Diário Gaúcho e Hora de Santa Catarina. O radiojornalismo ainda experimentou um plano de integração em rede, para a ampliação da transmissão de programas e eventos esportivos a partir de 1995, com a Rede Gaúcha Sat.

Os movimentos de mercado traduziam uma vocação expressa desde a operação de compra da Rádio Gaúcha: estar o mais próximo possível das comunidades. Com esse mesmo objetivo, o Grupo RBS criou em 1982 uma fundação, que em 1987 passou a levar o nome de Maurício Sirotsky Sobrinho e a ser liderada por sua viúva, Ione Pacheco Sirotsky. A intenção era agrupar as ações sociais, traduzindo a convicção de Maurício de conciliar a atividade empresarial e o desenvolvimento social. Em três décadas de atuação, lançou campanhas contra a violência infantil (O Amor é a Melhor Herança. Cuide das Crianças, de 2003), de alerta ao consumo de drogas (Crack, Nem Pensar, de 2010) e aposta na educação (A Educação Precisa de Respostas, de 2012). Atualmente, tem o compromisso de estimular e dar visibilidade a causas do Terceiro Setor que contribuam para o desenvolvimento da sociedade, especialmente na área da educação.

– É assim há 60 anos. A essência não muda. O que muda é a forma com que entregamos nosso produto, que precisa se adaptar constantemente ao desejo do público – destaca Eduardo Sirotsky Melzer.

 

Já há mais de duas décadas, a internet é a plataforma de expansão. Desde 1995, quando a web deslanchou no Brasil, o grupo procurou garantir uma presença virtual, por meio de sites dos seus veículos. Em 2000, o portal clicRBS foi lançado para aglutinar as versões eletrônicas. Nesta etapa da atuação, o Grupo RBS também ampliou investimentos em outras áreas da internet. No complexo universo da tecnologia e das mudanças de comportamento determinadas pelas redes sociais, o foco é seguir falando com os gaúchos e entendendo seu jeito de ver o mundo.

 

Os 60 anos do Grupo RBS inspiram este especial, um painel das transformações radicais em seis campos. Tendo como fonte intérpretes, estudos, documentos e especialistas em tendências, as reportagens traçam um panorama do contexto que afetou a vida dos gaúchos – áreas sensíveis, que foram objeto de cobertura diária e atenta dos veículos da empresa.

 

As reportagens a seguir retratam o passado e interpretam o presente, sem esquecer de projetar o futuro. Olhar para o mundo à volta e antecipar cenários que ainda estão por vir é o espírito do Grupo RBS. Desde 1957.

"Colocamos em execução uma veia, herdada por ensinamento, que incluía empreendedo-rismo, noção correta de trabalho e solidariedade" Jayme SIROTSKY
"Já havia um entendimento de que aquele meio de comunicação era o futuro. A gente percebia o interesse das pessoas por aquele milagre, que era ver a imagem na sua casa" Jayme SIROTSKY
"Nossa missão é, a partir da comunicação, do nosso jornalismo e do nosso entretenimento, conectar quem vive no Rio Grande do Sul e contribuir para uma vida melhor." eduardo SIROTSKY melzer
"A televisão regionalizada permitiu interatividade, recebendo conteúdos nacionais e gerando conteúdos locais. Também proporcionou crescimento econômico regionalizado, dando acesso às empresas de menor porte para investirem em publicidade" NELSON SIROTSKY
“manter os Olhos abertos à evolução sem perder de vista a dimensão humana” Maurício Sirotsky Sobrinho Fundador do Grupo RBS
INÍCIO
COMUNICAÇÃO
ECONOMIA
POLÍTICA
COMPORTAMENTO
EDUCAÇÃO
CULTURA