No Hospital Veterinário da Universidade de Passo Fundo (UPF), um goldfish de oito anos passou por uma cirurgia rara para a retirada de um tumor. O procedimento realizado com o peixinho dourado, como também é conhecido, contou com uma equipe formada por nove profissionais e foi bem sucedida. Agora, os cuidados do grupo responsável pelo tratamento são para evitar que o tumor volte a se desenvolver. Para isso, será utilizado um quimioterápico.
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A professora do curso de Medicina Veterinária e responsável pela equipe, Michelli de Ataide, explica que a cirurgia, realizada no último dia 15 de janeiro, não é inédita, mas também não é comum.
- São poucos locais que conseguem fazer um procedimento assim, pela complexidade que tem um procedimento cirúrgico e anestésico de peixes, ainda mais desse tamanho; bem como pela exigência de apurado e específico conhecimento da espécie, farmacologia, anatomia, fisiologia, anestesia e cirurgia-, justifica.
Apesar de o paciente ser inusitado, a professora Michelli explica que a medicina veterinária tem aprimorado as técnicas justamente em função da diversidade de pacientes, desde grandes mamíferos, como cavalos, por exemplo, até um peixe ou uma aranha, a fim de garantir o melhor tratamento disponível.
- É nossa responsabilidade assegurar o melhor tratamento e o bem-estar de qualquer espécie animal. Isso inclui adquirir conhecimento cada vez mais acurado para desenvolver os procedimentos necessários. O respeito que temos com cada animal nos faz estudar cada vez mais para conseguirmos atingir o nosso juramento: garantir saúde e bem-estar ao nosso objeto de estudo, os animais-, acrescenta.
Sobre o caso específico, ela destaca que "independente de ser um peixe, ele sente dor, necessidade de cuidados básicos e cuidados médicos quando necessário. Quem possui um peixe como animal de estimação necessita ter essa percepção e procurar ajuda de especialistas".
Peixe entubado
Como o peixe depende da água para receber oxigênio, a equipe precisou entubá-lo para permitir o procedimento. Além disso, o anestésico foi aplicado por meio da água de um tanque, onde ele ficou antes de iniciar o procedimento. Para evitar que o pequeno paciente sentisse dor, um analgésico foi aplicado no local da cirurgia. Com o peixe anestesiado, o cirurgião fez a remoção cuidadosa e atraumática do nódulo, sem que tivesse riscos de hemorragia. Após a cirurgia, o animal recebeu água sem anestésico para que pudesse acordar, o que demorou cerca de sete minutos.