A Escola Municipal de Educação Infantil Julieta Balestro, no bairro Igara, em Canoas, foi interditada na última quinta-feira (10) por estar com a estrutura comprometida e apresentar risco de desabamento dos forros. A escola foi inaugurada em 2014 e teve custo total de construção de R$ 1.511.310. Até esta quarta-feira (16), 90% dos alunos já haviam sido realocados em outras escolas da rede municipal de educação infantil ou em instituições contratadas pela prefeitura de Canoas.
De acordo com a Secretaria Municipal de Educação, a escola foi interditada de forma preventiva, com objetivo de preservar a integridade física de alunos e funcionários. O Escritório de Engenharia de Canoas estava acompanhando a estrutura desde o ano passado, uma vez que na construção – realizada pela empresa MVC Componentes Plásticos Ltda – foi usada uma nova tecnologia que utiliza chapas prontas que só precisam ser encaixadas no canteiro de obra.
Conforme a prefeitura, três salas sofreram severas degradações no forro e, em uma delas, ele chegou a desabar. O documento dos engenheiros apontou que os outros cinco ambientes da escola também estão sob risco. Durante a vistoria dos técnicos, foram constatadas infiltrações em algumas salas, o que estava degradando o material da estrutura. O laudo técnico apontou que o material usado no prédio não é compatível com o clima úmido do Rio Grande do Sul.
"Há risco iminente de ruptura de placas do sistema construtivo utilizado na escola, que podem causar danos físicos e até risco de morte", conclui o laudo assinado por engenheiros do município.
Por meio da assessoria de imprensa, a prefeitura de Canoas afirmou que vai acionar judicialmente a empresa MVC: "O acionamento é para buscar os preceitos estabelecidos em contrato, entre empresa e governo federal, que falam sobre o ressarcimento em casos como o da Julieta Balestro. O município também vai notificar o Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educação (FNDE), responsável pelo programa de construção de escolas infantis no país, sobre o ocorrido", diz a nota divulgada para a reportagem de GaúchaZH.
A escola atende 179 alunos de educação infantil do município. Conforme a Secretaria Municipal de Educação, 10% dos alunos ainda não foram realocados em outras instituições porque os pais ou responsáveis ainda não procuraram a Secretaria para realização do processo. A reportagem tenta contato com os administradores da construtora MVC Componentes Plásticos Ltda para contraponto.