
O ministro do Trabalho e Emprego, Luiz Marinho, afirmou nesta quarta-feira (30), que nunca foi consultado por integrantes do governo sobre a agenda de revisão de gastos. Segundo ele, não existe debate no Executivo sobre cortar recursos de benefícios como seguro-desemprego e abono salarial.
— Se nunca discutiu comigo, essas medidas não existem. Se eu sou responsável pelo tema trabalho e emprego, esse debate não existe, a não ser que o governo me demita — disse Marinho.
Questionado se poderia pedir demissão caso as medidas avancem, o ministro respondeu que "se eu for agredido, é possível".
— Uma decisão sem minha participação, em um tema meu, é uma agressão. E não me consta que nenhum ministro de Estado tenha discutido esse assunto (de corte de gastos) — emendou.
Marinho afirmou que o presidente Luiz Inácio Lula da Silva tem repetido que recursos orçamentários serão buscados onde "eles existem, e não no pelo, nas costas, no lombo do trabalhador".
Segundo ele, o debate sobre corte de gastos nos benefícios está circunscrito entre técnicos.
— Esse debate não existe no governo. Se existisse, o presidente Lula teria falado "Marinho, pega leve aí". Existe esforço, estudo, técnicos tentando adivinhar, olhando — completou.
Ele disse ainda que seguro-desemprego e abono salarial não podem ser considerados "gastos".
— O que é gasto? Coisa desnecessária, se tiver coisa desnecessária tem de cortar — avaliou.
O ministro reforçou que o combate às fraudes em políticas públicas é obrigação de qualquer gestor.