O presidente Luiz Inácio Lula da Silva se reuniu nesta quarta-feira (16) com representantes de bancos privados do país. O encontro, solicitado pelos empresários, aconteceu no Palácio do Planalto.
A partir da audiência, Lula autorizou a criação de um grupo de trabalho no Conselho de Desenvolvimento Econômico Social Sustentável (o chamado Conselhão) para discutir as causas e possíveis soluções para as altas taxas de juros no país.
O presidente-executivo da Federação Brasileira de Bancos (Febraban), Isaac Sidney, afirmou que vinha debatendo esta medida com o ministro-chefe da secretaria de Relações Institucionais, Alexandre Padilha.
— Hoje reiteramos com o presidente Lula, que autorizou que formalizássemos uma frente, um fórum para debater as causas elevadas dos juros bancários — declarou Sidney, em coletiva após a reunião, ao lado de Padilha e do ministro da Fazenda, Fernando Haddad.
O presidente da Febraban definiu o encontro como um diálogo franco e aberto e sustentou que não interessa aos bancos o país ter taxas elevadas:
— O Brasil atravessa um momento de conjuntura econômica bastante positivo, favorável, com atividade econômica crescendo num patamar elevado, inflação sob controle, que ainda vem a ensejar cuidados por parte do Banco Central, mas acreditamos que esse é o momento de aproveitar a janela para que a gente possa, do ponto de vista estrutural, atacar alguns problemas importantes.
Participaram do encontro, ainda, os CEOs do Itaú, Milton Maluhy, do Bradesco, Marcelo Noronha, do Santander, Mario Leão, e o presidente do Conselho de Administração do BTG, André Esteves, além do presidente do Conselho Diretor da Febraban, Luiz Carlos Trabuco.
O ministro Padilha afirmou que a criação do grupo de trabalho deve ser efetivada ainda em outubro e terá participação, além da Febraban e de bancos privados e públicos, de integrantes do Ministério da Fazenda e do Banco Central.
Haddad resumiu o encontro desta quarta-feira em três pautas:
— O balanço muito positivo da economia brasileira até aqui, desafios importantes relatados pela Febraban e as perspectivas da economia brasileira, que todo mundo reconhece que são animadoras se continuarmos essa agenda importante como a que estamos mantendo desde antes da posse.