Uma das datas mais importantes do varejo, a Black Friday deu a largada já nas primeiras horas da manhã nesta sexta-feira (26). No Centro de Porto Alegre, a maior parte dos estabelecimentos abriu no horário habitual, às 9h, mas a circulação dos consumidores começou bem antes. Houve filas em algumas lojas que controlavam o acesso, mas em boa parte não houve a tradicional correria pela promoção.
Acompanhada dos pais, a advogada Kássia Rodrigues batia perna na Rua Doutor Flores desde antes das 8h em busca de uma televisão. Conseguiu entrar em uma das lojas para ver os preços enquanto os lojistas ainda se preparavam para levantar as portas.
— Viemos cedo para escapar do movimento e evitar de não ter o produto — conta Kássia.
A televisão que tinham em casa estragou bem na semana da Black Friday, o que a advogada considerou "uma sorte". A família espera gastar até R$ 1,3 mil com o eletrônico.
Primeiros clientes do dia, eles foram recebidos em uma das lojas enquanto os gerentes ainda preparavam o estabelecimento para o grande dia de ofertas. Um “paredão” de máquinas de lavar roupa empilhadas foi montado logo na entrada.
— Montamos a estrutura assim para mostrar o quanto estamos preparados para as vendas. A semana toda já foi boa e a expectativa para hoje é imensa — disse a gerente da Lojas Colombo Cristine Longen, acrescentando que os eletros e a linha branca são os produtos que mais devem sair.
Exceção na quadra enquanto a maior parte das vizinhas ainda não tinham aberto ao público, a Americanas se antecipou e abriu o ponto na Rua da Praia às 6h. Para evitar aglomeração, era permitida a entrada de 15 pessoas por vez, o que acabou gerando fila. Por volta das 8h30, a espera ocupava quase uma quadra. Uma hora depois, o movimento já era tranquilo.
A cabeleireira Andréia Martins aproveitou a trégua da chuva e encarou a fila para comprar tintas de cabelo. E não se importou com a espera, já que o preço estava bem atrativo. Ela disse que viu produto anunciado por R$ 5,99, quando normalmente custa até R$ 13.
— Se soubesse (que abria mais cedo), tinha até pego o ônibus anterior. Ainda mais agora com a crise, que não dá para aumentar muito o preço no salão, senão o cliente não vem.
Na Avenida da Azenha, outro ponto tradicional do comércio de rua de Porto Alegre, a movimentação em torno da Black Friday ainda era tímida durante a manhã. A expectativa dos lojistas era de que a procura pelas promoções aumentasse durante a tarde.
A enfermeira Graziela Carrion percorreu a avenida de loja em loja em busca de uma geladeira. Mas os preços que encontrou estavam acima do que procurava. Ela conta que vem acompanhando os valores há alguns meses, e por isso não notou grande diferença. Ao longo do dia, planeja continuar percorrendo as lojas físicas em busca de alguma oferta.
— Por enquanto, nada de promoção — lamentou.
Segundo projeção do Sindilojas de Porto Alegre, o volume de vendas no comércio da Capital este ano com a Black Friday deve ser de 3% a 4% superior em relação ao ano passado. De acordo com o presidente Paulo Kruse, o mau tempo diminuiu a procura, mas as vendas devem ficar dentro do esperado.
— A chuva atrapalhou um pouco, mas acredito que vamos atingir a estimativa que pensamos — disse Kruse.
O balanço final da data de promoções será divulgado na segunda-feira (29) pela entidade.