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Em menos de um ano, ampliação da pista do aeroporto deve dar ao RS um "novo modal" para transporte de cargas

Para especialistas, conclusão da obra no Salgado Filho eleva capacidade e, principalmente, permite revisão dos projetos para o futuro

Rafael Vigna

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Fraport/Divulgação / Fraport
Pista maior, com 3,2 mil metros a partir de agosto de 2022, ampliará ação das aeronaves com carga completa

Em setembro, depois de longa paralisação, em razão de impasses na retirada das famílias da Vila Nazaré, máquinas na pista e aviões em sobrevoo voltaram a ser uma cena comum no aeroporto Salgado Filho, em Porto Alegre. O panorama é fruto de uma obra da concessionária Fraport que deverá elevar o Rio Grande do Sul a outro patamar de competitividade, a partir de agosto de 2022.  

É que hoje, a pista de pouso e decolagem tem 2,28 mil metros, o que permite operações de 9 mil quilômetros, porém com a capacidade de passageiros e carga limitada. Após a ampliação em andamento, serão 3,2 mil metros para as aeronaves pousarem e decolarem com carga completa para distâncias de até 12 mil quilômetros.

Na análise de especialistas, o movimento equivale ao nascimento de um novo modal. E, mais do que um resgate da economia pré-pandemia, trata-se de um salto qualitativo para que o Estado passe a rever, inclusive, parte da sua forma de produção no futuro.  

Isso acontece porque, atualmente, a partir do Rio Grande do Sul só se chega a Miami ou Lisboa, ainda assim, com 75% da capacidade dos cargueiros. A realidade é determinante para que a maioria das empresas que utilizam o modal aéreo percorram distâncias de quase 2 mil quilômetros até São Paulo ou Campinas, antes de iniciarem os trâmites de desembaraço aduaneiro.  

Paulo Menzel, presidente da Camaralog, estima em R$ 13 bilhões a perda de receitas com essa ausência operacional. O presidente da Agência Estadual de Regulação dos Serviços Públicos Delegados (Agergs), Luiz Afonso Senna, complementa e lembra que o fator foi preponderante para que a Dell, fabricante de computadores, desistisse do Estado e se instalasse próxima de um centro capaz de colocar seus produtos em diversos países:  

— Se associarmos o custo, inclusive, com a estrutura de receitas, tributos, empregos, que deixa de ficar por causa do aeroporto, talvez R$ 13 bilhões sejam até conservadores. Agora, o Estado passa para outro patamar do ponto de vista da competitividade e atratividade global sob a ótica de logística e de transportes.

Projeto Bússola

Esta reportagem integra a série que o Grupo RBS preparou para a retomada econômica com iniciativa do setor produtivo. Quatro temas fundamentais foram mapeados e serão aprofundados pelo Projeto Bússola, que tem patrocínio do Sebrae: capacitação de profissionais, distribuição e logística, sustentabilidade e novas regras sanitárias. A série será veiculada em GZH, Zero Hora, Rádio Gaúcha, no "Gaúcha +", e RBS TV, no "RBS Notícias".


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