SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) - O relator especial da PEC (proposta de emenda à constituição) da reforma da previdência de São Paulo, deputado Heni Ozi Cukier (Novo), diz que o governo já tem maioria de votos para aprovar as mudanças nas aposentadorias dos servidores do estado em primeiro turno no plenário da Alesp (Assembleia Legislativa de São Paulo).
A votação está prevista para ocorrer nesta terça-feira (18). "Esperamos ter mais de 60 votos. A maioria é a favor, os números [de economia com a reforma] são claros e é um assunto amplamente difundido", disse ao Cukier à reportagem.
Para ser aprovada, a PEC precisa de, no mínimo, 57 votos favoráveis dos 94 deputados da assembleia, em dois turnos. O governo anunciou, em novembro, que prevê economizar R$ 32 bilhões em dez anos com as mudanças nas despesas com o funcionalismo estadual.
O relator diz que, mesmo com os votos garantidos, a aprovação deverá se arrastar.
"Não vai ser tão rápido porque tem a oposição, podem usar da obstrução. Os partidos que são contra vão usar recursos disponíveis para atrasar", disse.
Na ordem do dia já constava o PLC 80/2019, que compõe o restante da proposta de mudança nas regras para inatividade e pensões do funcionalismo paulista.
A PEC deve ser votada em dois turnos pelos deputados da Casa. Concluída a primeira votação nesta terça, o texto segue para o segundo turno, em que deverá cumprir as seis horas de discussão entre os parlamentares para, então, ser votado.
A PEC da previdência paulista teve duas emendas acatadas pelo relator.
"Encontrei duas emendas que não ferem o princípio de simetria com a reforma da esfera federal e são questões mais pontuais de garantia, de se estar mais explícito. A primeira é a emenda nº 3 do deputado Olim, que fala de questões da polícia civil, que estava numa situação meio indefinida, pela especificidade das polícias estaduais e a questão federal. E acho que ela contempla boa parte das necessidades da categoria", disse Cukier à reportagem no início de dezembro.
A outra emenda, de nº 30, afirmou o deputado na ocasião, garante o direito à aposentadoria independentemente de "erros, confusões e burocracias do estado".
"Entendi que colocar isso de volta na Constituição do estado dá uma certeza de que ninguém será prejudicado pela ineficiência do estado."
LIBERAÇÃO DO STF
O presidente do STF (Supremo Tribunal Federal), ministro Dias Toffoli, derrubou as duas liminares que barravam a tramitação da reforma da previdência na Alesp (Assembleia Legislativa do Estado de São Paulo).
A decisão liberou também a escolha do deputado Heni Ozi Cukier (Novo-SP) como relator especial do texto.
A PEC 18/2019 está travada desde dezembro do ano passado após o TJ-SP (Tribunal de Justiça de São Paulo) conceder liminar a um mandado de segurança impetrado pelo deputado estadual Emídio de Souza (PT).
PROPOSTAS
Marcada por confusão, discussões e xingamentos, a reforma da previdência de São Paulo pretende aumentar a idade mínima da aposentadoria dos servidores estaduais, criar regras mais duras para o pagamento da pensão por morte e elevar de 11% para 14% a alíquota de contribuição previdenciária de todos os funcionários públicos estaduais.
Há dois projetos em análise: uma PEC (proposta de emenda à Constituição) e um PLC (projeto de lei complementar). A PEC chegou a ir ao plenário, mas a sessão foi marcada por empurra-empurra e agressões. Desde 6 de dezembro, a medida está parada por decisão da Justiça.