SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) - Apesar das estimativas de economistas que indicam uma reforma da Previdência capaz de economizar entre R$ 600 bilhões e R$ 700 bilhões após negociações com o Congresso, o secretário de desestatização, Salim Mattar, afirmou que o governo ainda espera poupar R$ 1 trilhão em dez anos com as novas regras.
Acreditamos que a sensatez estará no Congresso na hora da votação e que a reforma não será desidratada, disse Mattar em evento do Itaú em São Paulo. Ele afirmou ainda que os parlamentares precisam priorizar a votação da proposta.
A reforma da Previdência tramita na Câmara, e o governo já indicou que cederá em alguns pontos para sua aprovação.
Mattar voltou a defender as privatizações no governo e afirmou que seu objetivo para 2019 é arrecadar US$ 20 bilhões com desestatizações, meta anunciada pelo ministro Paulo Guedes em janeiro, durante o Fórum Econômico Mundial.
Também em janeiro, o secretário havia afirmado que superaria o valor em ao menos 25%.
Salim Mattar afirmou que já conseguiu arrecadar US$ 12 bilhões (cerca de R$ 47 bilhões) com privatizações e desestatizações até agora. Incluiu na conta, porém, concessões de portos e aeroportos previstas desde o governo Temer.
O secretário disse ainda que pretende convencer membros do governo a privatizar todas as 134 estatais federais, inclusive Banco do Brasil, Caixa e Petrobras.
Ao comentar o número de estatais no setor financeiro, afirmou que "o governo não quer competir com bancos, não é função dele emprestar dinheiro" e defendeu que a concessão de crédito por estatais, que hoje representa 60% do mercado, segundo ele, deve diminuir.
Mattar defendeu também a capitalização da Eletrobras. "O governo não tem recursos para investir na empresa, que precisa de algo entre R$ 10 bilhões e R$ 14 bilhões ao ano para fazer investimentos. Neste ano, vai investir R$ 4 bilhões."