O Índice de Desempenho Industrial (IDI-RS), divulgado nesta terça-feira pela Federação das Indústrias do Rio Grande do Sul (Fiergs), aponta que a atividade do setor no Estado caiu 0,9% em março em relação a fevereiro, com ajuste sazonal. O resultado devolve parte do crescimento de 1,9% do mês anterior, na mesma base de comparação.
Dos seis indicadores componentes do IDI-RS, quatro mostraram variação negativa: horas trabalhadas na produção (-1,9%), compras industriais (-2,1%), UCI-utilização da capacidade instalada (-0,2%) e o emprego (-0,5%). Contrariaram a tendência de queda somente o faturamento real (1,9%) e a massa salarial (0,1%).
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– A indústria gaúcha, depois de três anos de queda, passa por um período de estabilidade, ainda que marcado pela volatilidade – destaca o presidente da Fiergs, Heitor José Müller.
Segundo a entidade, os resultados mantêm a perspectiva da volta gradual do setor ao campo positivo nos próximos meses. O prognóstico é apoiado em alguns fatores, além das quedas menores se comparadas com anos anteriores: menor incerteza no campo macroeconômico, com a redução da taxa básica de juro e da inflação e a tentativa de reequilíbrio das contas públicas, a volta da confiança e o aumento das exportações industriais.
– Nenhuma recuperação mais consistente, porém, ocorrerá sem uma reação da demanda doméstica, que depende de um ambiente mais propício aos investimentos, incluindo a aprovação das reformas, como a da Previdência e a trabalhista, e o ajuste fiscal – avalia Müller.
Em relação a março de 2016, o IDI-RS caiu 1,7%, a taxa menos negativa no ano e a 37ª queda consecutiva. Isso representa quase o dobro do segundo maior ciclo recessivo registrado, 19 meses, de março de 2005 a setembro de 2006.
No primeiro trimestre de 2017, o acumulado do IDI-RS registrou retração de 2,5% na comparação com o mesmo período do ano passado. Com o agravante de que, nesse caso, diferentemente da comparação de março em relação a fevereiro, todos os indicadores caíram nessa base de comparação. O faturamento real (-3,1%), as compras industriais (-3,6%) e as horas trabalhadas na produção (-3,6%) exerceram as maiores influências na queda da atividade do setor. A UCI, com grau médio de 78%, baixou 0,2%. O mercado de trabalho acompanhou o ciclo negativo: o emprego e a massa salarial real recuaram 2,3% e 3,1%, respectivamente.
A redução da atividade na indústria gaúcha entre janeiro e março de 2017 na comparação com o primeiro trimestre de 2016 se deu em 10 dos 17 setores pesquisados. Os maiores impactos vieram de montagem de veículos (-8,6%), alimentos (-5,2%) e tabaco (-13,5%). Ao mesmo tempo, setores importantes da matriz produtiva gaúcha voltaram a crescer, como couros e calçados (2,2%), máquinas e equipamentos (2,1%) e produtos de metal (3,2%).