Uma tempestade de múltiplas frentes atormenta o mercado financeiro nesta sexta-feira, no Brasil e no mundo. A forte queda do preço do petróleo, o novo tombo das bolsas chinesas e, no cenário corporativo, as preocupações sobre o futuro da Petrobras empurraram a bolsa de valores brasileira para queda de 2,36% nesta sexta, cotada a 38.569,12. A instabilidade também afeta o câmbio: o dólar fechou em alta de 1,18%, cotado perto de R$ 4,05.
Mundialmente, o que dita o tom das baixas é a nova desvalorização do preço do petróleo. Nesta sexta-feira, o barril do tipo brent (referência para o mercado brasileiro) está sendo negociado abaixo de US$ 30 –menor patamar em mais de 12 anos –, empurrado pelo excesso de oferta. As bolsas dos Estados Unidos caem mais de 3%. Na China, a bolsa de Xangai fechou em baixa de 3,5%.
Alternativas para a Petrobras
Após a petista afirmar, pela manhã, que a capitalização da petrolífera pelo governo poderia ser avaliada, Ivan Monteiro, diretor financeiro, descartou recorrer ao Tesouro. Segundo ele, a opção é a "última alternativa" e as medidas adotadas pela companhia, como desinvestimento e cortes de investimento, reduziram a necessidade de recursos do governo.
– Isso seria a última alternativa a ser perseguida pela companhia e não está no nosso radar", frisou o diretor em entrevista com a imprensa nesta tarde, no Rio. "Não temos nenhuma iniciativa para discutir esse assunto. Se tivéssemos, teria de publicar fato relevante – ressaltou.
O executivo ponderou sobre a necessidade de uma capitalização, instrumento usado para tocar um grande programa de investimento ou quando a estrutura não é suficiente para fazer face ao serviço da dívida.
Como alternativas, Monteiro ressaltou que a estatal não vai recorrer aos mercados internacionais de capitais. Inclusive, pela manhã, a Petrobras informou o cancelamento de uma operação de emissão de títulos de dívida no valor de R$ 3 bilhões aprovada em maio de 2015. Em comunidade ao mercado, a empresa afirmou que a medida se deve a "condições desfavoráveis do mercado".
*Com agências