No final da próxima semana, o país vai saber o óbvio: o Brasil mergulhou em recessão no primeiro semestre de 2015. É preciso esperar até a divulgação do resultado da queda do Produto Interno Bruto (PIB) no segundo trimestre.
Ao recuo de 0,9% de janeiro a março, vai se juntar um novo tombo, entre 1% e 1,5%, para configurar a mais simples das definições de recessão: dois trimestre seguidos de variação negativa do indicador do instituto oficial de pesquisa do país.
Nesta semana, a Serasa Experian divulgou seu cálculo do comportamento do PIB de abril a junho: queda de 1,4%. E isso que, nas contas da entidade, o tropeço no primeiro trimestre foi mais discreto, de "apenas" 0,2%.
Mais importante do que saber o barulho do tombo, a essa altura, é saber em que formato virá a volta por cima. Nessa hora, as letras são mais úteis do que os números, e até os economistas, mais chegados aos segundos do que às primeiras, apontam três possibilidades: V, U e L.
As letras não embutem fórmulas secretas. O "V" representa uma queda brusca, seguida de uma recuperação rápida. Ocorreu em 2008/2009, quando o governo estava cheio de munição para combater a crise. É pouco provável. O "L" significa queda brusca, seguida de um longo período de estagnação. É o principal risco a combater, e o que embute a ameaça da perda de grau de investimento da dívida do Brasil.
A inicial da recessão com maior probabilidade - e maior torcida - é o "U", uma queda acentuada, seguida por certo período na bacia das almas, nem muito curto, nem muito longo, seguido de retomada.