A inflação medida pelo Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo - 15 (IPCA-15) registrou alta de 0,59% em julho, após subir 0,99% em junho, informou nesta quarta-feira, o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Trata-se do maior resultado para meses de julho desde 2008, quando o avanço foi de 0,63%.
No acumulado de 12 meses, o índice atinge 9,25%. É a maior taxa desde dezembro de 2003, quando o índice marcava avanço de 9,86%. No acumulado do ano, o aumento de 6,90% acumulado até julho também é o maior desde 2003. Nos sete primeiros meses daquele ano, a alta foi de 7,55%.
Duas regiões com inflação de 10%
As regiões metropolitanas de Curitiba e Rio de Janeiro já acumulam aumentos de preços superiores a 10% nos 12 meses até julho. Outras quatro regiões sustentam avanços acima de 9% no período.
A região metropolitana de Curitiba foi a primeira a ultrapassar a barreira de dois dígitos, já no IPCA de junho, divulgado no início deste mês. Com o resultado da prévia da inflação oficial anunciado hoje, a inflação da região avançou um pouco mais e está agora com alta de 10,73% nos 12 meses até julho.
Os dados das tabelas do IBGE mostram que os aumentos de tarifas de ônibus e energia foram muito mais salgados na região metropolitana de Curitiba no último ano, o que contribui para que ela esteja na liderança das 11 regiões investigadas no IPCA-15.
A novidade agora é a inflação do Rio, que atingiu 10,04% nos 12 meses até julho, apontou o IBGE. A região metropolitana responde por 12,46% do índice nacional, atrás apenas de São Paulo, cujo peso corresponde a quase um terço do IPCA-15.
Outras quatro regiões sustentam inflação acima de 9% nos 12 meses até julho, segundo o IBGE: Porto Alegre (9,76%), São Paulo (9,43%), Goiânia (9,65%) e Belém (9,15%). Cinco regiões mantêm inflação abaixo da média nacional: Recife (8,57%), Salvador (8,15%), Belo Horizonte (7,86%), Fortaleza (8,89%) e Brasília (8,07%).
Luz mais cara
As tarifas de energia elétrica ficaram 1,91% mais caras em julho, reflexo de reajustes nas regiões metropolitanas de Curitiba e São Paulo. Com isso, o item exerceu o principal impacto individual sobre o índice (0,07 ponto porcentual).
De acordo com o IBGE, a alta na tarifa de energia foi influenciada pela região metropolitana de Curitiba, onde a variação de 8,44% refletiu a maior parte do reajuste de 14,39%, em vigência desde 24 de junho. A região metropolitana de São Paulo também pesou. Por lá, houve aumento de 3,84% este mês, devido ao reajuste de 17,00% aplicados nas tarifas de uma das empresas de abastecimento a partir do dia 04 de julho.
No acumulado deste ano, a energia elétrica já registrou aumento médio de 44,75%. As altas foram ainda mais elevadas em Curitiba (62,46%), Porto Alegre (57,50%) e São Paulo (55,46%) no período.
Mas não foi só a energia elétrica que pressionou o grupo Habitação em julho. As taxas de água e esgoto subiram 4,10% e figuraram como o segundo principal impacto no IPCA-15 deste mês (0,06 ponto porcentual). Os reajustes ocorreram em São Paulo, Goiânia, Salvador, Curitiba, Recife, Porto Alegre e Rio de Janeiro.
Diante desses resultados, o grupo Habitação acelerou de 1,03% em junho para uma elevação de 1,15% no IPCA-15 de julho, apontou o IBGE. Os artigos de limpeza, 1,46% mais caros, também se destacaram no grupo.