A redução do dinamismo da economia da China e a provável decisão do Federal Reserve (Fed, o banco central americano) de reduzir seu programa de estímulos à economia dos Estados Unidos são responsáveis pela instabilidade no mercado de câmbio, avalia o ministro da Fazenda, Guido Mantega. Com a instabilidade, o dólar no Brasil tem superado o valor de R$ 2,40. O risco é que este movimento pressione a inflação.
- Estamos em um período de volatilidade provocado pelo tapering (interferência do Fed na redução dos estímulos). Como estamos nas vésperas de um reunião, que pode resultar na redução dos estímulos que eles estão dando para a economia local, isso causa um pouco de estabilidade no mercado - disse o ministro.
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No caso da China, Mantega lembrou que a economia do país deu sinais do que o ministro chamou de "alguma acomodação do crescimento, pouquinho menor". Segundo ele, esses sinais afetam as moedas dos países emergentes.
- Quando a China cresce menos, consome menos commodities. E ela é uma grande consumidora de commodities no mundo, minério de ferro, cobre etc. Sendo assim, afeta os mercados - destacou. A leitura, informou, é que com a queda na economia chinesa, os países passem a exportar menos e faturar menos por exemplo.
Para Mantega, no entanto, os movimentos são transitórios como os que têm acontecido nos últimos meses de alta volatilidade, quando alguns países sofrem mais e outros menos.
- O Brasil, no caso, tem uma posição sólida porque temos muitas reservas e outros países não têm tanta reserva. Temos uma dívida externa pequena, já que temos mais reservas do que dívida. Nossa situação é estável. Então, a situação depende de cada país. É uma volatilidade que perpassa todos os países.