No momento em que avançam as negociações para a retomada da exploração de areia no rio Jacuí, outro importante manancial passará a ser fiscalizado com maior rigor. Nesta semana, a Secretaria de Meio Ambiente de São Leopoldo fará uma reunião com representantes da Fundação Estadual do Meio Ambiente (Fepam) e as quatro empresas que retiram areia do Rio dos Sinos.
Segundo o secretário Henrique Prietto, a ideia é verificar os trechos licenciados e as normas de extração determinadas nas licenças expedidas pela Fepam. Em inspeção na última semana, técnicos do órgão verificaram - e fotografaram - a existência de áreas de mata ciliar comprometidas e pontos de erosão nas margens do rio, dentro do município de São Leopoldo.
- Em muitos trechos, o rio está prejudicado pelo uso inadequado das áreas de margem. Pegamos uma draga em situação suspeita, extraindo areia onde não há licenciamento - revelou.
Prietto afirmou que, nos próximos dias, a secretaria fará uma operação pente-fino em toda a extensão do rio. Essa radiografia será usada como instrumento de cobrança das empresas que atuam na atividade em São Leopoldo.
- Vamos dar uma prensa, procurar saber o que está acontecendo - avisa.
Conforme o secretário, as regras adotadas nas licenças aprovadas para o Rio Jacuí não podem ser reproduzidas no Sinos. Enquanto no primeiro a largura é de 500 metros, no segundo varia de 60 a 80 metros.
- Se adotarmos a mesma regra do Jacuí (as dragas não podem operar a menos de 50 metros das margens) aqui, ninguém poderá tirar areia do rio. Por isso, adotamos a regra de 20 metros. Mas isso não vem sendo respeitado. A draga pode estar no meio do rio, mas como o mangote (mangueira de extração) tem 20 ou 30 metros, pode estar tirando areia da beira do rio.