O sol forte, esse que tem dado as caras no verão, é inimigo da maioria dos animais de estimação. Por não transpirarem pela pele, cães regulam a temperatura corporal através da respiração.
Quando ofegantes, cachorros estão, na verdade, tentando se resfriar. Com o calor, sobretudo o registrado na última semana, essa capacidade pode se mostrar insuficiente para reduzir a temperatura corporal deles. E seu pet corre risco de ter um quadro chamado hipertermia, considerada uma situação de emergência porque seu pet pode ter um colapso respiratório.
Mas como saber se meu cachorro está passando mal com o calor?
O animal fica ofegante, apresenta temperatura acima de 40 graus. A língua parece ter cor azul e ele mostra sinais de confusão mental, podendo cair ao tentar se erguer.
Cães com focinho curto, como o Buldog francês e o Pug, têm respiração dificultada. Animais velhos, os que fazem muito exercício no horário de sol e aqueles que têm pelo denso precisam de atenção redobrada no verão. Contudo, o fato de existirem fatores predisponentes não isenta outros cães de apresentarem o quadro. Para alguns, basta sentir calor intenso para dar início à hipertermia.
Por isso recomenda-se evitar situações potencialmente perigosas tais como:
- Deixar seu pet em lugar quente, como dentro do carro;
- Animal preso em um local seguro, mas que no transcorrer do dia ficou exposto ao sol sem refúgio à sombra;
- Banho com água quente seguido ou não de secagem com secador no vento quente;
- Animal agitado ou que pratica exercícios com seu tutor em horários de sol forte;
- Situações de estresse que o deixem ofegante por muito tempo;
- Esforços para animal com sobrepeso, peludo ou portador de dificuldade respiratória;
- Uso de focinheira em ambientes quentes e fechados;
- Muito calor e falta de água.
Até a ajuda chegar, o que fazer?
Enquanto a assistência não chega, seu pet precisa ser levado a um ambiente fresco, preferencialmente com piso frio e ventilador. O cão precisa ser resfriado, mas nem pense em baixar sua temperatura mergulhando-o em água fria. Isso pode matá-lo.
Use borrifadores com água gelada pelo corpo e álcool nas extremidades e cubra o animal com toalhas molhadas e frias. Isso tudo ajuda, assim como oferecer água gelada para ele beber, desde que não esteja inconsciente.
Na clínica veterinária, a respiração será estabilizada e a temperatura reduzida. Contudo, são necessárias muitas horas em observação e até oxigenioterapia pode ser aplicada.
O tempo entre o surgimento dos primeiros sintomas e a intervenção médica determina as chances de recuperação do mascote. Todavia, alguns tutores encontram seus cães inconscientes e não sabem por quanto tempo eles estão assim, o que favorece um prognóstico sombrio. Isso porque o calor pode ter alterado de forma irreversível células de alguns órgãos e comprometer a vida dele. Por isso, tenha em mente que os cuidados com o cachorro no verão podem salvar-lhe a vida.
Daisy Vivian é diplomada pela UFRGS em Medicina Veterinária e Jornalismo. É autora dos livros "Cães e Gatos Sabem Ajudar Seus Donos" e "Olhe-me nos Olhos e Saiba Quem Você É", histórias reais sobre pessoas e seus animais de estimação. Escreve semanalmente em revistadonna.com