Giovanna Ewbank, mãe de Titi e Bless, de quatro e seis anos, deu uma palestra emocionante sobre maternidade no Centro Universitário FAG, em Cascavel (PR). No TEDx, realizado em setembro, mas disponibilizado no Youtube (assista ao vídeo completo abaixo) nesta quarta-feira (2), a apresentadora desabafou sobre alguns comentários e críticas que já ouviu por não ter filhos biológicos. Ela e o marido, Bruno Gagliasso, adotaram as duas crianças no Malawi, na África.
– Gente, eu não sou estéril. E nem o meu marido. Mas, obviamente, a dúvida sobre esterilidade veio sobre mim, que sou mulher. E não sobre ele, que é homem. O que é muito sério porque, justificando dessa maneira, a sociedade nega que uma mulher não queira ter filhos biológicos. Ou que uma mulher não queira explodir a sua barriga de vida. E acredite, gente. Existem diversas outras maneiras de explodir vida na gente – discursou Gio, aplaudida pelo público.
Casada há dez anos, Giovanna iniciou a palestra falando sobre a pressão que a sociedade ainda impõe às mulheres que não desejam gerar filhos.
– "Por que adoção? Como que uma mulher vem ao mundo e não quer gerar um ser em seu ventre? E os filhos de vocês, vêm quando? Nossa, ela é tão linda. Ela tem mãe? Nossa, como seus filhos são fofo, Gio. Eles têm família?". Essas são algumas das perguntas que uma mãe que não tem um filho biológico escuta todos os dias. Eu sempre fui uma mulher que achava que o relógio biológico nunca ia despertar.Eu nunca havia pensando em ter filhos e isso veio com muito questionamento, crítica e pressão de alguns amigos e família. Hoje eu vejo que essa é uma convenção imposta pela sociedade e que mesmo que comum, não, não são todas as mulheres que querem e desejam isso pra si – afirmou a atriz.
Giovanna disse que também foi questionada sobre por que adotar:
– Foi uma opção, da qual eu me orgulho muito. Mas, como toda escolha feminina, ela veio cheia de questionamentos – afirmou.
E se emocionou ao falar de quando adotou Titi, seu primeiro contato com a maternidade:
– Minha vida mudou completamente desde que meus filhos entraram nela. Mas hoje vou falar mais especificamente sobre meu primeiro contato com a maternidade, que foi com a minha filha, Chissomo (se pronuncia "Tissomo"). Tudo mudou desde a primeira vez que eu a vi, que eu abracei ela. Me lembro até hoje da sensação, desse engasgo na garganta, e do meu corpo trêmulo. Eu encontrei a minha filha e a minha filha me encontrou. A única coisa que eu tinha certeza é que eu queria protegê-la e amá-la para o resto da vida".
A palestra dura 15 minutos. Veja o vídeo completo: