Diz a sabedoria popular que os opostos se atraem. Mas, em alguns casos da ficção, há tantas diferenças envolvidas que parece inviável que um romance se concretize, por mais amor que exista.
Em Pantanal, Juma (Alanis Guillen) vivia isolada em sua tapera, sem contato com ninguém e de arma em punho contra os desavisados. Até que apareceu um jovem rico e mimado. O romance entre a menina-onça e o aprendiz de peão demorou a engrenar, mas todos sabem que essa história tem um final feliz – com direito a uma "marruazinha” correndo pelas terras dos Leôncio.
Amores impossíveis – ou, pelo menos, improváveis – são comuns na teledramaturgia. Com ou sem "felizes para sempre", o importante é que esses casais viveram belas histórias e conquistaram o público. Relembre!
O príncipe e a plebeia
Na trama medieval de Deus Salve o Rei (2018), Afonso (Romulo Estrela) era o herdeiro do trono de Montemor, o que lhe concedia muitos privilégios, mas o obrigava a fazer concessões.
O destino fez com que o monarca se apaixonasse por Amália (Marina Ruy Barbosa), uma bela e corajosa jovem, mas de origem humilde. Desafiando as tradições, Afonso lutou por esse amor que, ao final da história, não tinha qualquer impeditivo, já que a moça também tinha origem nobre.
Separados por um século
Em O Tempo Não Para (2018), o amor entre Samuca (Nicolas Prattes) e Marocas (Juliana Paiva) seria simples, não fosse a "pequena" diferença de idade entre os dois: mais de cem anos!
A mocinha sofreu um acidente grave em 1886, caiu no mar e ficou congelada até os dias atuais. Marocas não sabia sobre as inovações tecnológicas e acontecimentos históricos do período em que ficou adormecida, mas nada disso impediu que ela vivesse um verdadeiro conto de fadas com o mais moderno dos príncipes.
A sereia e o playboy
Na novela A Força do Querer (2017), Ruy (Fiuk) vivia sua boa vida no Rio de Janeiro, mas uma viagem ao Pará mudou tudo.
O rapaz não resistiu ao canto da sereia Ritinha (Isis Valverde), que estava prestes a subir ao altar com Zeca (Marco Pigossi). Apaixonados, eles fugiram juntos, o que causou confusões que duraram a novela inteira. Livre e sem amarras, Ritinha não se adaptou à vida de casada, ficando soltinha para navegar por outros mares.
Romance de outras encarnações
Amores que sobrevivem ao tempo e até mesmo à morte são temática comum das tramas de Elizabeth Jhin.
Em Espelho da Vida (2018), Cris Valência (Vitória Strada) reencontrou sua alma gêmea por meio de sonhos e viagens temporais pelas vidas passadas. Ao reviver sua trágica história como Júlia Castelo, Cris fez renascer o amor por Danilo (Rafael Cardoso), o homem com quem nunca conseguiu ser feliz, sempre interrompido por mortes trágicas. Foi só no final da novela que a encarnação atual do rapaz reencontrou sua amada, em um desfecho que deixou o público às lágrimas.
Choque cultural
Na cultura muçulmana, desobedecer o patriarca da família é "haraam" (pecado). Apaixonar-se por alguém de fora dos costumes, então, poderia ser punido com cem chibatadas na medina (cidade protegida por muralhas).
Em O Clone (2001), Jade (Giovanna Antonelli) infringiu muitas regras ao se envolver com Lucas (Murilo Benício), mas lutou com todas as forças para tentar viver essa paixão. Separados, casados com outras pessoas e com um oceano entre eles, quis o destino que se reencontrassem 20 anos depois. "Ah, se pudéssemos contar as voltas que a vida dá, para que a gente possa encontrar um grande amor...", canta Marcus Viana na música A Miragem, trilha do casalzinho.
Entre a cruz e a paixão
Na cidade de Santana dos Ferros, Hilda (Ana Paula Arósio) escandalizava a todos, mas também arrebatava corações. Na minissérie Hilda Furacão (1998), a prostituta conquistou até mesmo o convicto frei Malthus (Rodrigo Santoro), que se viu dividido entre a vocação e a tentação. Os dilemas morais e religiosos tornavam o casal ainda mais cativante, mas também rendeu cenas de impacto, sofrimento e agonia.
As máquinas também amam?
Em Morde e Assopra (2011), Arrasado com a suposta morte da esposa, Naomi (Flávia Alessandra), o cientista Ícaro (Mateus Solano) começa um ambicioso projeto: construir um robô à imagem e semelhança de sua amada.
O androide fica perfeito fisicamente, mas jamais teria os mesmos sentimentos de um ser humano. Ou será que teria? O relacionamento entre criador e criatura remonta a um clássico literário com mais de 200 anos: Frankenstein, clássico da britânica Mary Shelley (1797 – 1851), que até hoje inspira filmes, seriados e, é claro, novelas.
Além da vida
Um dos casais mais bonitos da minissérie A Casa das Sete Mulheres (2003), Rosário (Mariana Ximenes) e Estevão (Thiago Fragoso) viveram um amor impossível, já que o rapaz estava morto.
Pois é, a mocinha se encontrava com o fantasma de um herói da Revolução Farroupilha (1935 – 1945), que havia perdido a vida em combate. Esse "pequeno" obstáculo não impediu que o público suspirasse com as cenas do casalzinho.
Entre tapas e beijos
Em mais uma reprise de sucesso, O Cravo e a Rosa (2000) vem provando por que é um dos folhetins mais clássicos da telinha. Muito disso se deve à história de "gato e rato" de Petruchio (Eduardo Moscovis) e Catarina (Adriana Esteves).
O "favo de mel" não tinha nada de doce, já que a moça era uma verdadeira fera e espantava todos os pretendentes. O que nem ela imaginava é que se apaixonaria justamente por um homem bronco e rústico, bem distante dos ideais das moçoilas "casadoiras" da época. Entre tapas e beijos, literalmente, esses dois protagonizaram cenas divertidas e românticas, até o tão esperado final feliz.
A bela e a fera
Lobisomens fazem parte do imaginário popular e também ocupam lugar cativo no folclore brasileiro. Não à toa, homens que viram feras na lua cheia já apareceram em novelas como Roque Santeiro (1985) e nas duas versões de Saramandaia (1976 e 2013).
No remake, o que chamou a atenção foram os efeitos especiais da transformação de Aristóbulo (Gabriel Braga Nunes). O misterioso professor escondeu o segredo até da amada, Risoleta (Débora Bloch), que só descobriu tudo depois do casamento.