A atriz e apresentadora Monica Iozzi afirmou que os brasileiros precisam ser intolerantes a discursos de ódio. Participante do Conversa com Bial desta terça-feira (1), a artista considerou que também é necessário não dar espaço para pessoas que propagam esse tipo de ideias — citando como exemplo o presidente Jair Bolsonaro.
— Se você for na Alemanha, você vai ver que não há espaço na TV para pessoas que relativizam o Holocausto — disse. — Eu acho que a gente precisa começar a ter esse tipo de intolerância em relação ao discurso de ódio. Às vezes, têm coisas que não podem ser toleradas — acrescentou.
Enquanto ela era repórter do CQC, da Band, entre 2009 e 2013, Monica entrevistou o então deputado federal diversas vezes. Ao ser relembrada dessas ocasiões por Pedro Bial, ela fez uma autocrítica, e disse se arrepender.
— Bolsonaro foi muito mais inteligente do que eu. Ele sabia que podia se utilizar da oportunidade que o programa proporcionava para espalhar o seu discurso. Ele ainda não era um cara muito conhecido, então para ele era bom — afirmou. — Quem mais deu voz a Jair foi o CQC. A gente não pode se eximir dessa culpa e, sim, eu me arrependo de ter falado com ele tantas vezes — completou.
Monica explicou que sua vontade sempre foi de denunciar. Contudo, afirma que não teve a visão de que poderia estar, na verdade, aumentando o alcance de um discurso de ódio.
— A gente queria mostrar como o trabalho dele era irrelevante. E depois de mostrarmos a incompetência dele, assim como mostrávamos a de outros também, foi que ele começou a se sentir mais à vontade para fazer os discursos de ódio — comentou.
— O Bolsonaro engloba todos os discursos de ódio em uma pessoa só. Então, a gente precisa começar a olhar para esses discursos com total intolerância, que é o que fazem na Alemanha com o nazismo. Não vamos dar voz a uma pessoa que diminui os negros e que defende violência contra LGBT+ — finalizou.