Cannes o homenageou por duas vezes. O pôster do festival de 2016 ostenta uma imagem de O Desprezo, de 1963. O de 2018, a imagem de outro clássico de Jean-Luc Godard, Pierrot le Fou ou O Demônio das Onze Horas, de 1965. É estranho falar em "clássico" de Jean-Luc Godard. Ele foi, talvez, o maior revolucionário da linguagem - e da política - no cinema. No Dicionário de Cinema, Jean Tulard inicia seu verbete sobre ele com duas interrogações: "Pergunta-se se Godard não foi o coveiro do cinema? Ou um gênio inovador?" A polêmica sempre acompanhou Godard. Resumidamente, o jovem de origem suíça que foi estudar em Paris, na Sorbonne, frequentou mais a Cinemateca do que a universidade, ligou-se a André Bazin e François Truffaut, com o pseudônimo de Hans Luca fez a crítica em Arts e na Cahiers du Cinéma, que foi o grande celeiro do movimento de renovação da cinematografia francesa conhecido como nouvelle vague.
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Morre o ousado gênio da nouvelle vague, aos 91
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Luiz Carlos Merten, especial para o Estadão