Após transitar pelas 19h, 21h e 23h, Walcyr Carrasco está de volta ao horário que o consagrou. Autor de sucessos de audiência nos finais de tarde, o autor retoma velhas fórmulas e, sem invenções nem novidades, requenta personagens clássicos dos seus próprios folhetins.
Está lá a loira má, vivida por Flávia Alessandra _ em Alma Gêmea (2005), Cristina, hoje, Sandra. Lembram do Terê (David Lucas), amiguinho de Serena (Priscila Fantin) na mesma novela? Agora, entra em cena Pirulito (JP Rufino).
Encantamento puro
No ar, também, o repeteco da sempre ótima dupla formada por Ary Fontoura e Elizabeth Savalla. Casados e às turras em Morde & Assopra (2011), como os ricaços Isaías e Minerva, cá estão eles novamente, em mais uma guerra conjugal. Cunegundes manda, e Quinzinho tem a última palavra: "Sim, senhora".
Sergio Guizé é o Candinho perfeito, com toda a ingenuidade, otimismo, caipirice e doçura que o personagem pede. O romance inocente com Filomena (Débora Nascimento, mais linda do que nunca) já encantou logo nas primeiras cenas.
Mistura e frescor
Na nova novela das seis, Walcyr Carrasco reinventa a si mesmo e recicla elementos do velho cinema de Charles Chaplin, clássicos brasileiros, como o caipira Mazzaropi, com pitadas dos antigos e chorosos folhetins da era do rádio. Tudo isso, misturado aos textos do filósofo Voltaire (autor do Candinho, ou melhor, do Cândido original). É a mistura perfeita com o frescor que o horário pede.
Sim, Êta Mundo Bom! é uma reunião de antiguidades, mas com uma roupagem tão atual, que se mostrou capaz de prender o telespectador da era das redes sociais. Afinal, o lema de Candinho - "tudo o que acontece de ruim é pra melhorar" - nunca sai de moda, ainda mais em tempos de desesperança e crise no nosso Brasil.
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