Elizabeth Jhin já havia abordado a questão da espiritualidade em trabalhos anteriores, mas foi com Além do Tempo que a autora conseguiu provar que poderia inovar com um mesmo tema. A novela das seis, exibida pela RBS TV, que termina na próxima sexta-
feira, fez o público se apaixonar - e odiar - pelos mesmos personagens duas vezes. Com elenco de primeira e direção primorosa, a autora entregou uma boa trama, uma das melhores produções de dramaturgia de 2015.
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O grande trunfo - e inovação - de Elizabeth foi dividir sua obra em dois folhetins equivalentes. Ela deixou de lado o velho recurso de uma primeira fase curta e outra longa para produzir praticamente a mesma quantidade de capítulos para as duas. É bem verdade que a parte inicial, passada no século 19, foi um pouco superior. Mas nesta segunda, a autora já tinha seu público cativo, ávido por saber como vai terminar a história entre Lívia (Alinne Moraes) e Felipe (Rafael Cardoso), amor que teve uma segunda chance para acontecer.
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Os protagonistas viveram um romance que terminou mal na primeira fase. Cerca de 150 anos depois, em uma nova encarnação, os dois voltam a ter seus caminhos cruzados e tentam fazer a história ter um final feliz - ao que tudo indica, isso será concretizado.
Com um elenco enxuto e a trama girando em poucos núcleos, ficou mais fácil criar a empatia dos personagens. Alguns atores conseguiram se sobressair, principalmente as veteranas Irene Ravache (Vitória) e Ana Beatriz Nogueira (Emília). Além delas, o trio Alinne, Rafael e Paolla Oliveira também esteve muito bem em toda a novela.
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Elizabeth também soube conduzir com qualidade a trama centrada no maniqueísmo entre vilões e mocinhos. Além do Tempo é um folhetim clássico e encantou por isso. Se a novela que a antecedeu, Sete Vidas, foi elogiada por não ter personagens totalmente bons ou maus, a atual resgatou com sucesso esse recurso. Dois personagens foram destaque: Vitória e Emília. O embate entre as duas teve cenas marcantes, bem dirigidas por Rogério Gomes.
Nem tudo foi perfeito, no entanto. Em alguns momentos, principalmente nesta segunda fase, a trama foi arrastada. Um indicativo de que não seriam necessários 160 capítulos para contar a história.
Com o final de Além do Tempo, a faixa das 18h da Globo se consolida como a que mais fideliza público e chama atenção pela qualidade de suas produções.
Novela
Uma das melhores produções de 2015, "Além do Tempo" entra em sua última semana
Vanessa Scalei
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