Aos poucos, os clássicos estão chegando ao DCP - o sistema digital de alta resolução usado para as projeções nos cinemas. Em 2014, quando se completaram 30 anos da morte de François Truffaut (1932 - 1984), a Cinemateca Francesa restaurou a obra completa do cineasta. E, melhor para nós, enviou-a a outros países. Em julho, São Paulo recebeu seus longas-metragens - junto a uma exposição de itens pessoais. A partir desta quinta-feira, a distribuidora Pandora leva a outras sete capitais 17 dos 21 longas de um dos mais queridos diretores europeus. Em Porto Alegre, os filmes serão exibidos no Espaço Itaú 1, diariamente, pelas próximas duas semanas.
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Exceto pelas exibições de seus filmes a partir de cópias em DVD na Sala Redenção, no ano passado, os cinéfilos da cidade não tinham acesso a uma mostra tão ampla de Truffaut desde os anos 1990, quando a Cinemateca Paulo Amorim apresentou cópias em 35mm de títulos inesquecíveis como Atirem no Pianista (1960) e Beijos Proibidos (1968). Entre as desgastadas películas de 20 anos atrás e o novo DCP vão algumas diferenças, em certos aspectos, para melhor: as cores de O Amor em Fuga (1979) e os tons de cinza de A Noiva Estava de Preto (1968), agora, são mais fiéis ao que foi concebido pelos fotógrafos Néstor Almendros e Raoul Coutard.
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Os Incompreendidos (1959) e Jules e Jim (1962) são os mais badalados filmes de Truffaut, mas a mostra é tão completa que permitirá constatar a qualidade de produções que não costumam receber tanta atenção da parte de público e crítica. Um exemplo é A Sereia do Mississipi (1969), thriller romântico com Catherine Deneuve e Jean-Paul Belmondo inspirado no mesmo livro de Cornell Woolrich que, em Hollywood, renderia o muito inferior Pecado Original (2001), com Antonio Banderas e Angelina Jolie.
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Só ficará faltando o curta-metragem Antoine e Collette (1962) para completar as aventuras do alter ego Antoine Doinel - os quatro longas nos quais o personagem encarnado pelo ator Jean-Pierre Léaud serão exibidos até o dia 28. Esses filmes escancaram um dos grandes diferenciais de Truffaut: o caráter pessoal de sua obra, que revela uma personalidade fascinante em sua trajetória de descoberta da cinefilia após a infância turbulenta, marcada pelo abandono.
Com a mostra dedicada a Truffaut, Porto Alegre ganha o quarto ciclo de um grande cineasta francês em 2015. Os anteriores, todos realizados na Cinemateca Capitólio, foram dedicados a André Téchiné, Claude Chabrol e Jacques Démy.
Confira os horários das sessões, que serão realizadas diariamente no Espaço Itaú 1, no Bourbon Shopping Country:
Quinta-feira (15/10)
14h30: Beijos Proibidos (1968)
16h30: Os Incompreendidos (1959)
18h30: Um Só Pecado (1964)
21h: O Amor em Fuga (1979)
Sexta (16)
14h30: Atirem no Pianista (1960)
16h30: Beijos Proibidos (1968)
18h30: Jules e Jim - Uma Mulher para Dois (1962)
21h: Domicílio Conjugal (1970)
Sábado (17)
14h30: Os Incompreendidos (1959)
16h30: Domicílio Conjugal (1970)
18h30: O Último Metrô (1980)
21h: Jules e Jim (1962)
Domingo (18)
14h30: Jules e Jim (1962)
16h40: O Último Metrô (1980)
19h: Os Incompreendidos (1959)
21h: Beijos Roubados (1968)
Segunda (19)
14h30: O Amor em Fuga (1979)
16h30: Jules e Jim (1962)
18h40: Domicílio Conjugal (1970)
21h: Os Incompreendidos (1959)
Terça (20)
14h20: Jules e Jim (1962)
16h30: Domicílio Conjugal (1970)
18h30: O Amor em Fuga (1979)
21h: Atirem no Pianista (1960)
Quarta (21)
14h20: O Último Metrô (1980)
16h30: Beijos Proibidos (1968)
19h: Atirem no Pianista (1960)
21h: O Amor em Fuga (1979)
Quinta (22)
16h30: Um Só Pecado (1964)
19h: A Sereia do Mississipi (1969)
Sexta (23)
16h30: As Duas Inglesas e o Amor (1971)
19h: A História de Adèle H. (1975)
Sábado (24)
16h30: A Noiva Estava de Preto (1968)
19h: As Duas Inglesas e o Amor (1971)
Domingo (25)
16h30: A História de Adèle H. (1975)
19h: De Repente num Domingo (1983)
Segunda (26)
16h30: De Repente num Domingo (1983)
19h: Um Só Pecado (1964)
Terça (27)
16h30: Na Idade da Inocência (1976)
19h: O Homem que Amava as Mulheres (1977)
Quarta (28)
16h30: O Garoto Selvagem (1970)
19h: A Mulher do Lado (1981)