O jogo não pode parar. Repetida diversas vezes ao longo do espetáculo Hamlet Futebol Clube, a frase ganhou contornos reais fora do palco: em razão do mau tempo, o Teatro do Kaos precisou adaptar a montagem que seria realizada no Parque Farroupilha para a Usina do Gasômetro. A peça é o principal destaque da programação de rua do 22º Porto Alegre Em Cena e terá ainda uma segunda sessão neste domingo, às 14h, no mesmo local - se o tempo estiver estável, a apresentação segue na Redenção, às 15h.
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No térreo da Usina, foi armado um campo de futebol feito com marcações de giz no chão e goleiras de pequeno porte. Entre chutes, gritos de gol e desentendimentos, o grupo paulista mostrou a história de Hamlet, texto de William Shakespeare, adaptada pelo diretor Marcos Felipe. Perturbado com a morte do pai, o personagem é um dos jogadores em quadra. Outros nomes importantes na história do dramaturgo inglês, como Cláudio, o rei, estão no time adversário.
- O futebol na história aproxima o público não habituado a teatro e a ler Shakespeare. Na rua, é um espetáculo vivo, espontâneo. É um desafio para nós - afirma o ator e produtor Lourimar Vieira.
Paralelo ao cerne da trama, que aborda temas como corrupção, desejo de vingança e dor da perda, há um retrato do machismo da sociedade contemporânea. Em certo momento, o elenco explora relatos de violência contra a mulher que dialogam com a vida real.
- Queremos que as pessoas reflitam sobre essas questões. Respeito quem gosta de futebol, mas é preciso prestar atenção. Sinto que o público consegue trazer os significados para suas próprias vidas - diz Vieira.
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Hamlet Futebol Clube é o resultado de um projeto para qualificar profissionalmente 30 jovens artistas. A peça passou por 11 cidades brasileiras e nunca precisou ser realizada em local fechado - a primeira vez ocorreu neste sábado, em Porto Alegre. Para Vieira, o espetáculo acabou se tornando mais intimista:
- O espaço é maravilhoso, foi incrível. Só não tive certeza se o público estava conseguindo entender a fala perfeitamente. A acústica foi a única dificuldade que encontramos.
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