O escritor Mário Prata é o convidado da saideira da FestiPoa Literária, no dia 7 de maio (às 20h30min, na Casa de Cultura Mario Quintana), praticamente uma semana após o encerramento oficial da festa.
Trabalhando atualmente com literatura policial após um longo período dedicado às crônicas de verve humorística (voluntária ou não), Prata vai compor uma mesa com o colega Luis Fernando Verissimo, num bate-papo com mediação da jornalista Cláudia Laitano.
Confira a entrevista que o Segundo Caderno fez com o autor de Sete de Paus por telefone, direto de sua casa em Brasília:
Zero Hora - O senhor pode adiantar um pouco do que vai conversar com o escritor e colega Luis Fernando Verissimo no dia 7?
Mário Prata - Se fosse qualquer outra pessoa, eu poderia responder com tranquilidade, mas, em se tratando do nosso querido e amado Luis Fernando, vou só me preocupar em não fazer um monólogo (risos). Faz um tempo, fui a Porto Alegre ver o show do Chico Buarque e acabei indo jantar na casa do Luis Fernando. Aí eu disse pra ele: "Desculpa a idolatria, mas queria ver onde você trabalha". E ele simplesmente me levou ao escritório dele e não disse mais nada, só ficou parado. É uma figura encantadora, só fala o que precisa falar. Por isso, espero que ele fale, até para início de conversa (risos). Mas, falando sério, primeiro lugar é uma honra. Segundo, quero ouvir ele falar coisas. Uma pessoa que pensa e escreve o que ele pensa, tem que falar. Minha missão será fazê-lo falar, para o bem de quem estará lá ouvindo. Será isso o nosso encontro, minha tentativa de fazer ele falar (risos).
ZH - Como o senhor compararia os trabalhos de vocês?
Prata - Acho que não dá para comparar, viu? A crônica vem dessa observação quase que do nada. Meu filho (o também escritor Antonio Prata), por exemplo, está escrevendo neste momento uma crônica sobre tubas. Ele passa horas vendo vídeos no YouTube sobre solos de tuba, entende? E nisso o Luis Fernando é inigualável, muitos anos à frente. É um mestre, não tem como comparar.
ZH - Como autor de escritos bem-humorados, como o senhor avalia o trabalho de humor no Brasil? Acha que tem passado dos limites ou está sendo patrulhado demais?
Prata - Não sinto que haja patrulha, não. O problema nosso é que está dando tudo muito certo no Brasil, aí não dá pra fazer graça, não dá pra sacanear ninguém. A própria Dilma eu achei que seria charge todos os dias, mas, que nada! E não é por respeito, é porque não tem o que falar, mesmo, tá tudo direitinho demais, sério demais...
ZH - Em que o senhor está trabalhando neste momento?
Prata - Estou há seis anos só estudando literatura policial. Já escrevi dois livros policiais, estou terminando um terceiro e quero escrever cinco. Estou me dedicando a isso, quase que profissionalmente, com horas para ler a respeito, depois horas para escrever, enfim. Daí que até me chamaram para a Bienal de Brasília, para dar uma palestra sobre o assunto. Espero que eles nunca tenham participado de uma palestra do tipo, porque eu nunca dei uma (risos).
Entrevista
"Está tudo sério demais", diz Mário Prata, escritor convidado da FestiPoa
Autor participa do evento no dia 7 de maio, praticamente uma semana após o encerramento oficial da festa
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