Preso desde 16 de setembro sob suspeitas que incluem abuso sexual e extorsão, o rapper Sean "Diddy" Combs segue acumulando polêmicas. O músico norte-americano foi acusado de violar regras do sistema prisional e de tentar "influenciar corruptamente o depoimento de testemunhas".
Em documentos enviados à Justiça dos Estados Unidos, a promotoria se manifestou contra mais um pedido de fiança e prisão domiciliar de Combs. Nos ofícios divulgados pela revista People no sábado (16), os promotores do caso relatam que o rapper teria utilizado um "sistema de mensagens com terceiros não autorizado", chamado ContactMeASAP, para enviar recados de dentro da cadeia para diversas pessoas, incluindo advogados e pessoas que não estão na lista de contatos permitidos dele.
A corte também acusa o músico de ter comprado ilegalmente os códigos de acesso telefônico de ao menos oito colegas do Centro de Detenção Metropolitano no Brooklyn, onde ele está preso, para realizar mais ligações do que o permitido.
Durante as chamadas, Combs solicitava que quem estivesse do outro lado da linha incluísse mais uma pessoa na ligação. A prática é proibida pelo Federal Bureau of Prisons (agência responsável pelo sistema penitenciário nos EUA), e teria a finalidade de dificultar a identificação dos indivíduos contatados por Diddy.
Combs também é acusado de usar as formas ilícitas de comunicação para orientar os filhos a conduzirem campanha nas redes sociais para "influenciar o potencial júri no processo criminal". Um dos exemplos citados pelo governo foi um vídeo publicado por Justin Dior Combs, um dos sete filhos de Diddy, na data do aniversário do pai.
No registro, ele e cinco irmãos aparecem cantando parabéns ao redor de um bolo decorado, enquanto fazem uma ligação para o pai. O rapper teria instruído o filho a fazer a postagem e discutido como garantir que o vídeo tivesse o efeito desejado com o público.
A promotoria reforçou que considera o rapper um "perigo para terceiros" e apresenta risco de fuga. O parecer acusa Diddy de tentar entrar em contato com testemunhas em potencial, "incluindo vítimas do seu abuso que poderiam conceder testemunho contundente contra ele".
O julgamento de Combs está marcado para ocorrer em 5 de maio de 2025, e os nomes dos 12 jurados ainda não foram definidos. Ele se declara inocente de todas as acusações. Já foram feitas mais de 120 denúncias de abuso, tráfico sexual, prostituição e extorsão, entre outros crimes, por homens e mulheres. Boa parte dos delitos teria acontecido durante as freak-offs, festas sigilosas que o artista promovia em sua mansão.