A Polícia Civil do Mato Grosso descarta a possibilidade de que Santrosa, cantora transexual de 27 anos, tenha sido morta por transfobia. Ela foi encontrada decapitada, com as mãos e pés amarrados no município de Sinop, onde residia, no último domingo (10), um dia após desaparecer. O município fica a pouco mais de 500 quilômetros de Cuiabá.
Conforme informou ao g1 o delegado da Divisão de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP), Braulio Junqueira, a principal linha de investigação é de que a vítima estaria contra a organização criminosa Comando Vermelho (CV) e repassando informações a outras pessoas que ainda não foram identificadas.
— A forma como foi feita a execução, sequestrar e decapitar a pessoa, é uma marca registrada dessa quadrilha. É para demonstrar o que é feito com caguetas, informantes, com a pessoa que joga contra os interesses — disse o delegado.
Junqueira afirmou ainda que, a partir dessa linha de investigação, a polícia vai trabalhar para chegar aos autores do crime:
— Não temos dúvidas de que quem matou foi um integrante do Comando Vermelho. Agora falta definir realmente a motivação.
Ele não soube informar ao g1 se Santrosa estaria ligada a alguma organização criminosa, se repassava informações para uma facção rival, ou ainda para autoridades políticas, já que ficou como suplente no cargo de vereadora pelo Partido da Social Democracia Brasileira (PSDB). Até o momento, nenhum suspeito foi identificado pela polícia.
O velório de Santrosa ocorreu na madrugada desta segunda-feira (11) e o sepultamento foi no final da tarde, em Sinop.
Quem era Santrosa?
Santrosa cantava funk e trap e tinha pouco mais de quatro mil seguidores no YouTube, plataforma onde divulgava suas músicas.
Ela também já atuou como modelo e, em abril deste ano, participou do concurso Miss Mato Grosso, representando a cidade de Sinop.
Neste ano, se candidatou ao cargo de vereadora e obteve 121 votos, ficando como suplente do PSDB.