A energia foi surreal e não faltou ousadia nem alegria no show de Thiago André, vulgo Thiaguinho, no Planeta Atlântida 2024. Levando o pagode para o palco principal, o músico revistou seus 20 anos de estrada, dos tempos de Exaltasamba à carreira solo, com um repertório recheado de sucessos. E muitos ainda ficaram de fora: os hits são tantos que nem caberia tudo no tempo de um show.
Ou seja, a partir do momento em que o artista subiu ao palco, as gargantas dos planetários não tiveram descanso. O hitmaker do pagode iniciou com Ponto Fraco, cantada do início ao fim pelo público. Com Sou o Cara pra Você, Thiaguinho mostrou que é mesmo "o cara" do Planeta Atlântida: são cinco edições no currículo.
— Que saudade que eu tava, Rio Grande do Sul! — disse.
Na sequência, ele emendou Energia Surreal, legalizando o romantismo.
— Só faltou o amor — lamentou uma planetária no camarote.
Como se respondendo à fã, Thiaguinho iniciou Desencana. A música fala sobre alguém que ficou solteiro recentemente, mas nem pensa em voltar ao relacionamento antigo. Está feliz assim, tal qual ficaram os planetários ao ouvir o músico soltar um "No pagodjé", sinalizando que a próxima canção seria Abandonado, do Exaltasamba.
Em Vamo que Vamo, Thiaguinho convocou o público a erguer as mãos, transformando o Planeta Atlântida em um culto à cultura popular.
— Levanta a mão que agora o samba vai curar a tua vida — projetou ele.— O povo gaúcho é pagodeiro! E onde tem pagodeiro, eu quero estar junto. É por isso que eu vou estar junto do povo gaúcho para sempre — prometeu.
A próxima música veio para saudar os fãs do Rio Grande do Sul: Livre pra Voar, canção que foi gravada pelo grupo gaúcho Novo Extima e estourou nos pagodes de Porto Alegre antes de conquistar o país.
— Essa música mudou a minha vida, e vocês fazem parte disso! — reconheceu o pagodeiro.
O Planeta Atlântida virou Tardezinha com Poderosa, da Banda Brasil, consagrada na voz de diferentes artistas - entre eles Thiaguinho. A fileira de hits teve continuidade com A Fila Anda, sucesso dele.
— Essa é brabaaaaaaaa! — gritou um planetário no camarote.
O bloco Tardezinha seguiu com Pé na Areia, de Diogo Nogueira. O refrão "Pé na Areia/ A caipirinha/ Água de coco/ A cervejinha" botou o público para fazer um pezinho. No camarote, alguns casais aproveitaram para dançar a dois.
Os rostos seguiram colados em Tá Vendo Aquela Lua. Na canção, o eu-lírico audacioso promete buscar a Lua para entregar à pessoa amada - mas só se ela pedir, vale ponderar. Só que os planetários não queriam saber de mais nada: Thiaguinho estava no palco, então, Lua pra quê?
Na sequência, o artista anunciou o Sold Out do Planeta Atlântida 2024. Todos os ingressos para o festival se esgotaram, mas os planetários seguiram cheios de fôlego. Tanto que fizeram bonito nos passinhos da coreografia de Falta Você, sucesso recente de Thiaguinho.
Ao contrário do que diz a música, para o público na Saba, não faltava coisa alguma. Até por que nada, nada, nada era mais importante que a vontade sincera de ver Thiaguinho no palco. E ninguém desviou o olhar quando o pagodeiro iniciou Deixa Tudo Como Tá. "Nada, nada, nada é mais importante/ Que a vontade sincera de te ver chegar, querer ficar, sei lá", diz o refrão da música.
A maior surpresa veio quando Thiaguinho puxou Querência Amada em ritmo de funk, seguido por gritos de "Ah, eu sou gaúcho!". Era um presságio da despedida, que foi sacramentada com Sina, de Djavan, e Eva, da Banda Eva.
Thiaguinho agradeceu aos planetários e deixou o palco sem muita firula. Ele sabe que vai voltar.