Um dos maiores atores brasileiros de todos os tempos, Paulo Autran foi homenageado na noite da segunda-feira (21), no Palácio dos Festivais, no 45º Festival de Cinema de Gramado. Consagrado no teatro, cinema e televisão, o ator deixou sua marca em todas as mídias. Ele deixou sua marca em novelas como Guerra dos Sexos, em filmes como Terra em Transe, de Glauber Rocha, e em peças como Visitando o sr. Green, de Jeff Baron – a qual recebeu um prêmio Shell de melhor ator em 2002. Em outubro, serão completados 10 anos da morte de Autran.
Quem recebeu a homenagem póstuma foi a companheira em vida do ator, Karen Rodrigues. Em seu discurso, ela ressaltou que Autran gostava muito do Rio Grande do Sul.
– Estou emocionada em receber este prêmio pelo Paulo porque ele adorava o Rio Grande do Sul. Foi o Estado onde ele tanto representou no Theatro São Pedro – disse Karen.
Leia mais:
"Secundas" é o grande vencedor da mostra de curtas gaúchos em Gramado
VÍDEO: Clarisse Abujamra fala sobre seu papel me "Como Nossos Pais"
À tarde, foi lançado o documentário Paulo Autran – O Senhor dos Palcos, no Palácio dos Festivais. Dirigido por Marco Abujamra, o longa mostra a relação do ator com o teatro, permeando também sua trajetória fora dos palcos e sua paixão por interpretar.
Homenagem a Lucy e Luiz Carlos Barreto
Quem também recebeu homenagem no Festival nesta segunda foi casal Lucy e Luiz Carlos Barreto. Com a produtora LC Barreto, eles foram responsáveis por mais de 80 produções e coproduções de curtas e longas-metragem – como Dona Flor e Seus Dois Maridos (1976), O Quatrilho (1996), O Que é Isso Companheiro? (1998), entre outros.
No palco, Lucy agradeceu à cidade do festival:
– Gramado só me trouxe alegrias e muito conhecimento.
Já Luiz começou seu discurso destacando a passagem do tempo:
– Quando vim aqui a primeira vez, era o primeiro festival, eu tinha 44 anos. Agora o festival me ultrapassou, tem 45. Eu continuo com 44 (risos).
Em seguida, ele comentou que o festival foi criado em meio à ditadura militar e sobreviveu ao governo Collor.
– Um país sem cinema é um país sem espelho. Você já imaginou estar em uma casa sem espelho? Isso aqui é uma trincheira de resistência – afirmou.