Depois de uma paralisação temporária de uma semana devido ao atingimento da meta de 10 mil vacinados no Brasil, a aplicação da vacina-teste contra a covid-19 desenvolvida pela Universidade de Oxford, da Inglaterra, e pelo laboratório biofarmacêutico sueco Astrazeneca, voltou a ser feita em Santa Maria na última quarta-feira (11). O estudo é coordenado pelo Hospital Universitário e pela Universidade Federal de Santa Maria.
Até a quarta-feira da semana passada (4), 700 voluntários haviam recebido a vacina que está em teste ou então uma vacina contra meningite, já que o estudo é chamado duplo-cego. Ainda restavam 300 doses a ser aplicadas, que foram liberadas pelo Conselho Nacional de Ética em Pesquisa para fechar os mil voluntários inicialmente previstos nos testes realizados em Santa Maria.
Agora, no entanto, a preferência é para voluntários de uma faixa etária mais elevada. Segundo o professor da Universidade Federal de Santa Maria e coordenador dos estudos da vacina em teste na cidade, Alexandre Schwarzbold, o objetivo é vacinar entre 180 a 200 idosos acima dos 65 anos, e mais 100 pessoas entre 55 e 65 anos até o início de dezembro.
O médico, que também é presidente da Sociedade Riograndense de Infectologia, explica que é importante ter amostras com pessoas dessa faixa etária, já que devem ser o público que mais necessitará da vacina. Por essa importância, ele pede que os idosos se voluntariem, já que em outras cidades com vacinas em teste, houve uma dificuldade para conseguir chegar a esse público.
- A preferência é para complementar essa faixa etária que estava pouco representada ainda. Imaginamos que pelo menos 20% dos voluntários sejam ligados a essa faixa. A nossa média já vacinada girava entre 30 e 50 anos. É necessário para avaliar a imunogenicidade nessa idade e, mais do que isso, é uma população vulnerável, que será a mais importante a ser vacinada - complementa Schwarzbold.
Para se voluntariar é preciso enviar mensagem por WhatsApp para o número (55) 99163-6454. Lembrando que, para participar, a pessoa não pode ter histórico de alergia grave, não usar anticoagulante, não ter doença causadora de imunodepressão ou usar medicamento que cause redução de imunidade e não ter ou estar em tratamento contra o câncer.
Os primeiros a receberem a vacina em Santa Maria foram profissionais da saúde do HUSM que estão na linha de frente do combate à covid-19, no dia 28 de setembro. No final de outubro, eles também já receberam a segunda dose da vacina. Todos os voluntários serão monitorados por um ano.
- Mais sobre:
- santa maria
- região central
- vacina-teste