O Corpo de Bombeiros Militar (CBM) seguirá com buscas a Brian Grandi, 20 anos, durante a noite desta quarta-feira (22) e madrugada de quinta-feira (23). O jovem está desaparecido desde o acidente na ponte pênsil entre Torres, no litoral norte do Rio Grande do Sul, e Passo de Torres, em Santa Catarina, na madrugada de segunda-feira (20).
Segundo a corporação, as buscas no Rio Mampituba seguem de forma ininterrupta desde o acidente.
— Nas primeiras horas da manhã de hoje (quarta), a área foi ampliada para o mar. As embarcações percorreram 10 quilômetros em direção ao norte, acompanhando a corrente marítima, de modo a ingressar no Estado vizinho — explicou o tenente-coronel Rodrigo Piorosan, comandante do 9º Batalhão de Bombeiros Militar (9º BBM).
Segundo a corporação, durante a noite e a madrugada, os mergulhadores não vão entrar na água. Por isso, no período, serão patrulhadas as margens do rio e a faixa litorânea. Ao todo, 22 bombeiros, com botes e motos aquáticas, estão mobilizados para as buscas, além de viaturas leves para deslocamento ao longo das margens.
Além dos bombeiros gaúchos, o Corpo de Bombeiros Militar de Santa Catarina, Polícia Civil, Brigada Militar e Marinha ajudam nas atividades.
Investigação
Nesta quarta-feira, o delegado da Polícia Civil de Araranguá (SC), Maurício Pretto, que responde atualmente pela área catarinense, disse que as análises preliminares apontam para uma série de fatores, entre elas, problemas na estrutura da ponte. A estimativa do trabalho de investigação é de que havia no mínimo 60 pessoas sobre a ponte no momento do acidente.
— A gente vê aqui já, por uma análise preliminar, que há bastante nível de corrosão. Isso também pode ser um fator conjunto. Os acidentes nunca ocorrem com um fator único — disse o delegado.
À reportagem de GZH, a perita criminal Sheila Wendt, diretora do Departamento de Criminalística do Instituto-Geral de Perícias (IGP), disse que havia alto grau de degradação nos cabos da ponte pênsil. Assim, segundo a diretora, era questão de tempo que houvesse rompimento, o que sinaliza que o material de sustentação já deveria ter sido substituído.
— Embora o número de pessoas fosse superior ao previsto, o estado de degradação do cabo que rompeu faria que essa ponte mais cedo ou mais tarde caísse. Poderia ser no mês que vem com um tempo mais forte ou com apenas duas ou três pessoas (sobre a ponte). Fatalmente, o acidente iria acontecer em algum momento, caso não houvesse alguma manutenção. E acabou acontecendo nesse dia em que houve sobrecarga. Foi um fator importante, mas esse mesmo desfecho aconteceria mais adiante, caso não houvesse reparos — disse.