As buscas a Brian Grandi, 20 anos, continuam na manhã desta terça-feira (21), no Rio Mampituba. O jovem está desaparecido desde a madrugada de segunda-feira (20), quando a ponte pênsil entre Torres, no litoral norte gaúcho, e Passo de Torres, em Santa Catarina, virou após cabos de sustentação romperem. Na ocasião, dezenas de pessoas caíram na água. A bicicleta do rapaz foi encontrada nas imediações da ponte, onde está até o momento, e ele não fez nenhum contato com os parentes.
Na manhã desta terça, mergulhadores do Corpo de Bombeiros retornaram à água para aproveitar a maior quantidade de luz com o clarear do dia.
Acompanhando o processo, a família de Brian voltou ao local enquanto aguarda por notícias. A mãe do jovem, Cristiane Santos, 38 anos, contou à reportagem que o filho estava com o celular dela e que o rastreamento mais recente apontou que o aparelho estava na região da ponte — a informação foi confirmada pela investigação à reportagem.
— Hoje meu sentimento mudou. Sinto mais revolta — desabafou Cristiane.
Os trabalhos seguiram durante a noite e a madrugada, com uso de lanternas para melhorar a visualização às margens do rio. A chuva, que vem e volta no Litoral Norte, também está sendo um desafio, mas não impede o trabalho das equipes, que já estão preparadas para lidar com esse tipo de condição climática.
Conforme levantamento de GZH, pelo menos 18 pessoas foram socorridas no Pronto Atendimento do município e no Hospital Nossa Senhora dos Navegantes, onde um paciente permaneceu internado. Segundo a instituição, ele será liberado ainda nesta manhã, após ficar 24 horas em observação. O hospital não informa nomes ou detalhes sobre os tipos de ferimentos.
Investigação
O Instituto Geral de Perícias (IGP) fez a análise da ponte ainda na segunda-feira e recolheu um cabo de ferro rompido da estrutura, que será avaliado no Centro de Excelência em Perícias Criminais. A Polícia Civil gaúcha também está fazendo investigações.
Conforme o delegado Marcos Vinicius Muniz Veloso, responsável pelo caso, o cabo que teria rompido e ocasionado o acidente está no território gaúcho. No entanto, as autoridades ainda não sabem dizer o que provocou o rompimento. No início do mês, uma embarcação colidiu a estrutura, mas não há confirmação se o caso pode ter relação.
Uma sinalização nas entradas da ponte indicava capacidade máxima de 20 pessoas. A restrição foi superada no momento do acidente, como mostram vídeos divulgados nas redes sociais, em que os pedestres balançam a ponte ao caminhar.