Desde que assumiu o cargo de ministro da saúde, em maio, Ricardo Barros vem passando por saias-justas devido a declarações polêmicas. A última foi nessa quinta-feira, durante o lançamento, em Brasília, de uma campanha para aumentar o número de homens atendidos pelo SUS. O ministro disse que homens procuram menos o atendimento de saúde porque "trabalham mais do que as mulheres e são os provedores das casas brasileiras". Tachado de machista nas redes sociais e criticado pela própria filha, Barros desculpou-se, explicando que se referia ao número de homens no mercado de trabalho.
Confira outras frases polêmicas do titular do Ministério da Saúde:
Sobre recursos para a saúde: "Não contem com mais dinheiro"
Logo que chegou ao cargo, em maio, Barros adiantou que o governo não colocaria mais recursos no orçamento da pasta em 2016. Segundo ele, o Orçamento da União passa por uma crise fiscal severa, que só se recuperará com a melhoria da economia e a volta do consumo.
"Nós não vamos conseguir sustentar o nível de direitos que a Constituição determina"
Em entrevista ao jornal Folha de S.Paulo, o ministro disse que o país não conseguiria mais sustentar todos os direitos que a Constituição garante, como o acesso universal à saúde, e que seria preciso revê-los. Barros alegou que não há capacidade financeira suficiente que permita suprir todas as garantias dos cidadãos. A declaração gerou temor de que a agenda dele envolveria uma diminuição do Serviço Único de Saúde (SUS).
Sobre aborto: "Vamos ter de conversar com a Igreja"
Barros reconheceu que o país enfrenta um problema relacionado ao aborto, devido ao grande número de procedimentos realizados de forma inadequada e muitas mortes, e que se trata de uma questão de saúde pública. No entanto, afirmou que desejava envolver a Igreja na discussão sobre o tema no Brasil.
Pacientes imaginam doenças
De acordo com o ministro, é "cultura do brasileiro" só achar que foi bem atendido quando passa por exames ou recebe prescrição de medicamentos, e esse suposto "hábito" estaria levando a gastos desnecessários no SUS. Entidades médicas criticaram a fala de Barros.