Até então evitando trazer a público opiniões quanto às ocupações, o Cpers/Sindicato convocou coletiva de imprensa ontem para afirmar que as coordenadorias regionais de educação, a mando da Secretaria Estadual da Educação (Seduc), está pressionando diretores a forçarem os alunos a encerrar ocupações de escolas. Conforme a presidente da entidade, Helenir Aguiar Schürer, alguns diretores estão trancando as portas dos banheiros e refeitórios e estimulando pais e outros professores a agir pelo fim das ocupações. Haveria registro de casos em cidades como Cachoeirinha, Santa Rosa, Alvorada e Santo Ângelo.
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– O Estado se comprometeu a buscar o diálogo, mas as denúncias que temos recebido é de que as coordenadorias estão pedindo para os diretores forçarem a saída dos manifestantes – afirma Helenir, que acrescenta que policiais à paisana estão infiltrados nas escolas para criar instabilidade.
Conforme a Seduc, as denúncias "são totalmente infundadas". Em nota, a secretaria afirma que "as 30 Coordenadorias Regionais de Educação receberam orientações no sentido de garantir a integridade física dos alunos e preservar o patrimônio público".
Helenir diz que o Cpers foi procurado por entidades estudantis como a União Brasileira dos Estudantes Secundaristas (Ubes) para apoiar as ocupações, e aceitou. Segundo a presidente do sindicato, há pautas em comum com os estudantes, como a exigência para que repasses sejam normalizados. Ela ressalta que foi criado um comitê para acompanhar a mobilização e auxiliar na manutenção da estadia dos alunos fornecendo alimentos, por exemplo.
– Estamos encantados com a capacidade de mobilização dos alunos – afirmou – Não faz sentido dizerem que o Cpers usou os estudantes como massa de manobra.
Nos últimos dias, surgiram movimentos de pais e professores contrários à ocupação e houve registros de confrontos. Os ânimos se acirraram no Instituto Flores da Cunha, na Capital, em que ocupantes teriam impedido que professores dispostos a darem aula exercessem suas atividades. O Cpers diz apoiar o bloqueio, como ocorre nas greves, para impedir que as manifestações percam força.
Conforme página no Facebook Ocupa Tudo RS, mantida pelos manifestantes, há 105 escolas ocupadas até o momento. ZH confirmou a ação em 42 delas.