Quem se julga dono de nervos de aço e mira um prazo longo para tentar recuperar com folga investimentos pode ter no mercado de capitais uma alternativa para 2016. O marasmo da economia tem amarrado o lucro de algumas das principais empresas na Bolsa de Valores de São Paulo (BM&FBovespa) e espantado investidores. Com isso, as ações ficaram mais baratas.
Onde aplicar seu dinheiro em 2016
- Se o investidor está esperando a baixa para entrar na bolsa de valores, este pode ser um bom momento - aponta Denílson Alencastro, da Geral Investimentos.
Mesmo a cotação de empresas sólidas, que podem valer a avaliação de um investimento, acabam castigadas na bolsa.
Veja como aproveitar os refinanciamentos
A ação ordinária (ON, com direito a voto) do Itaú - uma das companhias mais rentáveis do Brasil -, por exemplo, custava R$ 30,35 no início de 2015, e em 11 de dezembro havia caído para R$ 25,85. O preço do papel da Natura, cujas vendas dependem muito do mercado interno, caiu de R$ 33,50 para R$ 25,52 no mesmo período.
Identificar e negociar pechinchas, entretanto, não é tarefa para amadores. Algumas ações que perderam valor nos últimos anos são alvo de controvérsia.
O caso mais exemplar é o da Petrobras: embora o preço do papel tenha caído de R$ 11,45 para R$ 9,40 neste ano, a dívida gigantesca da estatal a tem deixado de fora de parte das recomendações para o próximo ano.
Como fazer render o 13º salário
Os caminhos menos arriscados para ingressar no mercado de ações são os fundos administrados por bancos ou corretoras, em que se paga uma taxa para que o administrador decida quando (e o que) comprar e vender. Outra opção são os clubes de investimentos, que reúnem pessoas com perfis semelhantes para somar capital e aplicar na bolsa.
- O investidor do mercado de ações não deve esperar retorno imediato, já que a economia brasileira ainda vai demorar pelo menos mais dois anos para engrenar algum crescimento - prevê Valter Bianchi Filho, diretor da Fundamenta Investimentos.
O consultor financeiro Rafael Seabra alerta que, se por um lado há pechinchas na bolsa, por outro o cenário político aumenta consideravelmente o risco. Na análise de Seabra, não vale a pena assumir o risco do mercado de ações diante do bom rendimento que tem sido oferecido na renda fixa a reboque da Taxa Básica de Juros, Selic, que está em 14,25%:
- Quando a crise é apenas econômica, sabemos que, em algum momento, vai passar e as companhias vão voltar a crescer. Mas a crise política é diferente: não se sabe o que vai acontecer em Brasília e nem como as empresas serão afetadas.