Morreu nesta quinta-feira o músico Eraci Rocha, um dos pilares da popularização do nativismo como movimento cultural. Ele estava internado desde a terça-feira (21) no Hospital São Lucas da PUCRS, e sofreu na manhã de quinta (23) falência múltipla dos órgãos. Ele tinha 69 anos, que havia acabado de completar no dia 14 de novembro, e há dois anos vinha manifestando complicações de saúde devido ao diabetes.
Natural de Taquari mas radicado em Porto Alegre, Eraci Rocha foi um dos grandes intérpretes do tradicionalismo, e teve participação ativa na popularização da música regional durante a "era dos festivais nativistas", nos anos 1970 e 1980. Foi uma das vozes mais marcantes da música regional gaúcha.
– Ele era de uma geração mais nova que a de caras como o Barbosa Lessa, mas que era a mesma de João de Almeida Neto, João Chagas Leite, esse pessoal todo que fez o nativismo explodir – relembra o filho Guilherme Almeida, também músico, hoje residente em São Paulo
Entre as mais de 300 canções a que Eraci Rocha emprestou sua voz, constam entre as mais populares Morada, com letra de Sergio Napp e música de Fernando Cardoso, 3º lugar na 4ª Coxilha Musical Nativista, de Cruz Alta, e Vento Norte, composição de Dirceu Abrianos e Airton Pimentel premiada na edição seguinte do mesmo festival, em em 1985. Quando se Apaga o Candeeiro, Nas Varandas e Pilão são outros destaques do repertório do intérprete. Ele também foi o 6º presidente do Instituto Gaúcho de Tradição e Folclore, entre 1999 e 2002.
– Recebi mensagens de praticamente todo mundo no meio nativista desde que a notícia se espalhou. Ele era um personagem muito querido, amigo de todos – completa Guilherme.
Além de Guilherme, ele deixa também os filhos Virgínia e Tiago.
O corpo de Eraci Rocha será velado na noite desta quinta-feira, na Câmara dos Vereadores de Taquari. O velório ocorre na tarde de sexta (24), no Cemitério de Taquari.