A 12 dias de tomar posse, o prefeito eleito de Porto Alegre, Sebastião Melo, anuncia nesta segunda-feira (21) os primeiros nomes do seu secretariado. Além de Cezar Schirmer, que coordena a transição, Melo vai comunicar os nomes para a articulação política e a Secretaria de Desenvolvimento Econômico.
O prefeito eleito pretendia anunciar também o novo titular da Saúde. Mas o escolhido, o médico João Marcelo da Fonseca, atual diretor de Atenção Hospitalar, recusou o convite. Fonseca tinha apoio de dirigentes de hospitais.
A previsão é de anúncio de cinco ou seis nomes, embora o prefeito ainda precise aparar algumas arestas. No pacote desta segunda-feira está a indicação do vereador Cássio Trogildo (PTB) para a articulação política. O nome das pastas deve mudar com a reforma administrativa que o novo prefeito deve propor, desmembrando pastas e devolvendo status de secretaria aos departamentos mais importantes, como Dmae, DMLU e Demhab. Não está descartada a criação de uma Secretaria de Regularização Fundiária nem a volta de Esporte e Lazer.
— Hoje, a prefeitura tem 15 secretarias, mais três extraordinárias, das quais duas estão ocupadas. São 18. Se tivermos que criar mais alguma, vamos remanejar os cargos para que não implique aumento de despesas — disse Melo.
Também será conhecido nesta segunda-feira o secretário de Desenvolvimento Econômico, escolha do vice-prefeito Ricardo Gomes. Os primeiros nomes sondados recusaram porque o salário é muito baixo.
Melo tem alinhavado um nome para a secretaria da Fazenda, mas diz que precisa “amarrar algumas pontas” antes de fazer o anúncio, que deve ocorrer ao longo da semana.
Para a Secretaria de Desenvolvimento Social, o prefeito convidou a vereadora Nádia Gerhard, única reeleita no DEM, partido do vice-prefeito. Se Nádia aceitasse, o atual presidente da Câmara, Reginaldo Pujol, que ficou na primeira suplência, assumiria a cadeira. A vereadora resiste, porque deseja concorrer a deputada estadual em 2022 e avalia que para poder circular mais à vontade nos próximos dois anos não deve ocupar cargo no Executivo. A persistir a resistência, o mais cotado para a área social é Leo Voigt, que trabalhou no governo de José Fogaça.
Para a Secretaria da Educação, Melo já entrevistou três professoras e conversará nesta segunda-feira com uma quarta candidata.
— Na Secretaria da Educação, eu não posso errar. Então, vou analisar com muito cuidado. É um setor estratégico para o nosso governo.
O MDB, partido do prefeito, o DEM e o PTB terão, em princípio, duas secretarias cada um. No MDB, é possível que Luiz Fernando Záchia seja indicado para a área de planejamento ou mobilidade urbana.
A montagem do governo é um quebra-cabeça que precisa encaixar a confiança do prefeito, a indicação dos partidos e a capacidade do candidato. Melo já definiu que os secretários políticos terão técnicos como adjuntos. O número 2 será escolhido por ele e pelo secretário. Os responsáveis pelas finanças em cada secretaria terão de passar pelo crivo do prefeito, do secretário da pasta e do titular da Fazenda.
Ainda não será nesta segunda-feira que os porto-alegrenses conhecerão quem representará o PP no governo Melo. O prefeito convidou o vereador reeleito Cassiá Carpes, sem indicar uma pasta específica. Disse apenas que gostaria de contar com ele e que não precisava dar a resposta na hora.
— Se depender da minha vontade, quero exercer o mandato de vereador, mas, como não recebi convite para uma pasta específica, não posso dizer sim nem não — afirmou Cassiá.
Se Cassiá for secretário, o jornalista André Machado, primeiro suplente, assume a vaga na Câmara. André também é cotado para a Comunicação. No sábado (19), ele coordenou a apresentação dos grupos de trabalho no seminário Vozes da Cidade.
Embora tenha pouca visibilidade para o público, a Procuradoria-geral do Município (PGM) é alvo de intensa disputa. Os procuradores de carreira querem alguém do quadro, mas há três candidatos de fora no páreo: o vice-prefeito Gustavo Paim (PP), o advogado André Barbosa, ligado ao Solidariedade, e o vereador Valter Nagelstein (PSD). Paim e Nagelstein concorreram a prefeito e, derrotados, apoiaram Melo no segundo turno.